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Economia

Agências mantêm vendas em alta mesmo com preço de passagens aéreas subindo

Depois de fazer os cálculos, maioria prefere apertar orçamento para viajar no conforto do avião

Caroline Maldonado | 21/11/2021 16:05
Movimento no Aeroporto Internacional de Campo Grande. (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)
Movimento no Aeroporto Internacional de Campo Grande. (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)

Com os preços das passagens aéreas em alta, viajar de ônibus ou de carro estão sendo alternativas para quem antes não abria mão do conforto e agilidade do avião. Agentes de viagens relatam que depois de pesquisar muito, algumas famílias acabam desistindo das passagens aéreas, mas isso só ocorre quando o preço não cabe mesmo no bolso. Quem dá conta, aperta os cintos do orçamento doméstico e voa.

É o que a maioria respondeu em enquete do Campo Grande News, que perguntou: “você trocou o avião pelo ônibus para viajar?” A resposta de 67% dos leitores foi não. Em contrapartida, 37% responderam que sim, trocaram.

É uma decisão difícil desistir do avião e quem sente a alta dos preços põe tudinho na ponta do lápis antes de tomar a decisão, segundo a proprietária da Agência Veromundo Viagens e diretora de eventos da Abrav (Associação Brasileira de Agências de Viagens), Cristina Albuquerque.

Diretora de eventos da Abrav (Associação Brasileira de Agências de Viagens), Cristina Albuquerque. (Foto: Marcos Maluf)
Diretora de eventos da Abrav (Associação Brasileira de Agências de Viagens), Cristina Albuquerque. (Foto: Marcos Maluf)

“A gente percebe uma demanda de pessoas indo de carro, principalmente para destinos em que os preços das passagens subiram mais, como São Paulo e Cuiabá. Há pessoas que iam de avião e estão alterando para viajar de carro, mas só resolvem ir de carro quando o valor está realmente muito alto para elas, porque o carro também tem seus custos, como pneu e combustível”, detalha Cristina.

Enquanto alguns se rendem ao mais barato, outros decidem adiar os planos para conseguir viajar de avião, segundo Cristina.

“Quando a demanda aumenta, o preço sobe. Algumas pessoas ficam mais resistentes por causa do valor para janeiro e acabam adaptando a viagem para outros meses de baixa temporada”, explica.

Tem mais fatores que impactam nos preços, na avaliação da diretora administrativa da agência Reserva Feita, Emília Zarzenon. “Em primeiro lugar, as companhias aéreas estão aproveitando esse momento em que voltou a demanda e aumentou o preço por causa da oferta e procura, mas elas não aumentaram a malha aérea que ainda opera com 70% da capacidade”, comenta.

Com mais gente querendo viajar e menos voos do que era normal antes da pandemia, o preço sobe. “Um segundo fator é a alta no combustível e dólar, mas não acredito em uma substituição do avião pelo ônibus. O que acontece é que aquelas pessoas que viajavam pela primeira vez e que tinham essa acessibilidade não estão conseguindo agora”, opina.

No fim das contas, a maioria não deixa de comprar pacotes com passagens aéreas, segundo Emília. Para não deixar os preços impactarem no volume de vendas, as agências fazem ações para convencer quem está receoso.

“Teremos o Black Friday, entre 24 e 28 deste mês, com descontos em todas as passagens a partir de dezembro, parcelamento no boleto em 16 vezes e no cartão em 15 vezes, ambos sem juros, além de sorteio de diárias em resort de Bonito”, comenta a diretora administrativa da Reserva Feita.

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