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Economia

Após superar média em novembro, chuva continua e favorece lavouras

Helio de Freitas, de Dourados | 02/12/2014 11:51
Dezembro começou com chuva de 12 milímetros na segunda maior cidade de MS (Foto: Eliel Oliveira)
Dezembro começou com chuva de 12 milímetros na segunda maior cidade de MS (Foto: Eliel Oliveira)

Em novembro choveu acima da média na região de Dourados, a 233 km de Campo Grande. De acordo com a Embrapa Agropecuária Oeste, durante o mês foram 180 milímetros de precipitação pluviométrica, 10 mm a mais que a média histórica. Dezembro começou com chuva, para alívio dos agricultores, já que essa é a época em que a soja mais precisa de água para de desenvolver.

A estação agrometeorológica da Embrapa registrou 12,4 milímetros de chuva no primeiro dia do mês. Hoje ainda não choveu em Dourados, mas o tempo está nublado e a previsão é de chuva no período da tarde.

De acordo com o agrometeorologista Ricardo Fietz, da Embrapa, essa é a fase mais crítica para a soja e a umidade do solo é fundamental para garantir alta produtividade. “Agora a soja começa a florescer, a formar grãos, consome mais água. Essa é a frase produtiva da planta, então não pode faltar água”.

A média de dezembro é de 177 milímetros, mas segundo o especialista, tão importante quanto a quantidade são as chuvas bem distribuídas. “Não adianta chover tudo concentrado, tem que chover de forma bem distribuída, escalonada”.

No município de Dourados são 150 mil hectares ocupados com soja. Devido à estiagem na primeira quinzena de outubro houve atraso no plantio em várias lavouras na região e em algumas propriedades a soja ainda não foi plantada.

“A grande maioria já plantou, mas tem área que o plantio ainda não foi concluído por causa da chuva que não para desde a semana passada”, afirmou o presidente da Aeagran (Associação dos Engenheiros Agrônomos da Grande Dourados) Luis Renato Peixoto Cavalheiro.

Segundo ele, a falta de chuva na época do início do plantio e depois a precipitação pluviométrica irregular causaram uma situação inusitada. Na região de Dourados tem lavoura em que a soja já está começando a produzir grãos enquanto em outras a planta ainda está nascendo.

Entretanto, o engenheiro agrônomo informou que todas as previsões indicam condições satisfatórias para a lavoura de soja na região que é a quarta colocada no ranking estadual de produção da oleaginosa.

Chuva favorece pragas – Conforme o boletim de acompanhamento da safra, divulgado ontem pela Aprosoja/MS, a chuva tem ocorrido de forma regular em todo o Estado. No entanto, o excesso pode se tornar um fator negativo, pois favorece a ocorrência de algumas doenças da soja, causadas por fungos.

A expectativa é de uma boa produtividade para esta safra, tendo em vista as chuvas regulares e o ataque de pragas ainda considerado baixo em comparação com a safra passada.

Conforme a previsão da Aprosoja, a falta de chuvas no mês de setembro e outubro não deve acarretar em grandes perdas, pois poucos produtores arriscaram plantar com a umidade do solo tão baixa. Em áreas pequenas de alguns municípios foi feito o replantio.

O atraso na finalização do plantio da soja pode atrasar e impactar a safrinha de milho, com boa parte da área sendo plantada fora do faixa ideal do zoneamento-agroclimático, comprometendo a produtividade dessa cultura, segundo estima a associação que reúne os produtores de soja de Mato Grosso do Sul.

Lavoura de soja no município de Dourados; planta precisa de chuva regular em dezembro para se desenvolver e produzir grãos (Foto: Eliel Oliveira)
Lavoura de soja no município de Dourados; planta precisa de chuva regular em dezembro para se desenvolver e produzir grãos (Foto: Eliel Oliveira)
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