ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, TERÇA  02    CAMPO GRANDE 18º

Economia

Atenta à expansão da Capital, MSGÁS quer induzir desenvolvimento

Empresa aposta em expansão do uso residencial e veicular; governo criou incentivos

Maristela Brunetto | 10/06/2023 08:00
MSGÁS aposta em ampliar a rede e captar clientes para induzir desenvolvimento. (Foto: Assessoria MSGÁS)
MSGÁS aposta em ampliar a rede e captar clientes para induzir desenvolvimento. (Foto: Assessoria MSGÁS)

A apresentação de projetos imobiliários e empresariais na Prefeitura de Campo Grande é uma fonte de informações para a MSGÁS identificar setores e regiões em que haverá expansão de atividades na Capital e direcionar os planos de ampliação da rede de fornecimento de gás natural. A empresa projeta para este ano implantar 34 quilômetros de rede, com investimento de R$ 35 milhões.

A empresa, que chega aos 25 anos, aponta que, com a parceria de um sócio privado, em substituição à Gaspetro, ligada à Petrobras,  e as diretrizes do Governo Estadual mudou seu foco de agente de infraestrutura para o de desenvolvimento. Desde a metade do ano passado, a Commit Gás S.A. passou a contar com 49% das ações, antes pertencentes à Gaspetro. A companhia é composta pela Compass Gás e Energia, do grupo Cosan, com 51%, e pela japonesa Mitsui (49%), juntas atuam em 18 distribuidoras do País. Fortes no setor empresarial, ela ajudaram a MSGÁS a adquirir uma nova dinâmica. As demais ações são do Governo Estadual, sócio majoritário.

O diretor-presidente da companhia, Rui Pires dos Santos, explica que houve um reforço na busca por novos clientes, seja indo atrás de novos empreendimentos ou mesmo atendendo demandas que chegam à empresa por meio de outros consumidores.

A MSGÁS tem 14,5 mil clientes e, neste ano, espera acrescentar ainda outros 3,5 mil.Desse total, cerca de 14 mil são da Capital e o restante de Três Lagoas.

Um foco de expansão são edifícios residenciais. A empresa atende também os segmentos termelétrico, industrial, veicular, comercial e cogeração. Indústria e comércio são os consumidores majoritários do gás natural, depois estão os veículos e, após, residencial, que no ano passado aumentou em 11,8%

Prédios novos já aderem ao serviço de gás encanado desde o início da obra e há, ainda, outros que estão revertendo o uso do gás liquefeito pelo natural. Santos cita que um empreendimento da Avenida Ernesto Geisel estava aderindo ao serviço, representando 832 apartamentos. Uma rede está planejada para a avenida Rita Vieira, com procedimento de licenciamento ambiental em curso.

Estão instalados 436 quilômetros de rede, com previsão de inclusão de outros 220 quilômetros até 2026.

Diretor-presidente aponta que empresa reforçou a captação de novos clientes. (Foto: Paulo Francis)
Diretor-presidente aponta que empresa reforçou a captação de novos clientes. (Foto: Paulo Francis)

O diretor acredita que a comodidade da oferta do serviço, o apoio à assistência técnica, a medição pelo consumo exato são fatores atrativos para o uso do gás. Entretanto, não há viabilidade para o uso em casas de rua, somente prédios e condomínios, modalidade que tem se expandido na cidade. Tal limitação pode mudar no futuro, quando a rede for bem ampla e o quadro de clientes aproximar-se do limite.

Gasoduto virtual – a rede de transporte do gás natural de origem boliviana segue o rumo do Oeste para o Leste do Estado, avançando para o Sudeste do País. Por enquanto, ainda não há viabilidade econômica para outros ramais, mas a MSGÁS planeja iniciar o que chama de gasoduto virtual, levando o GNL (Gás Natural Liquefeito) e o GNC (Gás Natural Comprimido) para Dourados e Bataguassu e identificar o potencial econômico. Depois, planeja chegar a Sidrolândia, Aquidauana, Maracaju e Ribas do Rio Pardo.

Uma das apostas do Governo, sócio majoritário da MSGÁs, é ampliar o consumo do gás veicular. (Foto: Assessoria)
Uma das apostas do Governo, sócio majoritário da MSGÁs, é ampliar o consumo do gás veicular. (Foto: Assessoria)

GNV – Uma das apostas para ampliar o consumo do gás natural no Estado é por meio do uso veicular. Há um mês, o Estado anunciou uma série de medidas para avançar no uso do combustível, que é menos poluente e pode ser até 40% mais econômico. Cerca de 4,8 mil veículos estavam adaptados. Para incentivar, o governo reduziu a alíquota do ICMS, como forma de reduzir o preço do m³ e também conceder isenção de IPVA a veículos convertidos.

Para atender caminhões que transitam com cargas pelo Estado, o plano é criar um “corredor azul”, com postos de GNV em Três Lagoas e abastecimento de combustível também em Sidrolândia, Dourados e Bataguassu.

Relevância econômica- A ampliação do consumo é relevante aos cofres do Estado porque o gás tem contribuição importante nas receitas de ICMS, chegando a 15% da arrecadação, segundo divulgado recentemente em meio aos debates sobre a reforma tributária. No ano passado, conforme o Relatório de Gestão Integrada, divulgado pela empresa, a receita bruta de 2022 fechou em R$ 983,9 milhões e o lucro líquido somou R$ 63,7 milhões, sendo 22% superior a 2021.

O diretor-presidente explicou à reportagem que a empresa  conseguiu seguir com um bom desempenho, apesar dos impactos da pandemia da Covid19 na economia global, porque permitiu ampla negociação com os clientes, resultando em uma inadimplência reduzida, na média de 1%.

Nos siga no Google Notícias