BNDES abre R$ 750 milhões para melhorar ferrovia que liga agronegócio de MS a SP
Projeto de companhia ferroviária tem metas para reduzir emissão de gases do efeito estufa
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) estabeleceu um repasse de R$ 750 milhões em créditos para melhorar a Malha Paulista, rede ferroviária por onde passam grãos produzidos em de estados como Mato Grosso do Sul, ao Porto de Santos. Conectado à Malha Norte, o ramal passa por cidades como Aparecida do Taboado, Chapadão do Sul, Alcinópolis e Costa Rica.
Classificado como Sustainability Linked Bond, o projeto é da Rumo Logística, companhia ferroviária e de logística brasileira, pertencente ao Grupo Cosan, avaliado em R$ 1,5 bilhão com metas para reduzir emissão de gases do efeito estufa.
Com a operação, o banco visa promover fontes de financiamento a investimentos em parceria com mercado de capitais e outros financiadores por meio de debêntures. A ação do banco é um empréstimo financeiro para a empresa que, por sua vez, pagará uma taxa de juros sobre o valor emprestado ao fim do prazo do empréstimo bancário.
De acordo com o banco, os valores são para aumentar a segurança e produtividade do transporte de cargas na Malha Paulista, parte do maior corredor de exportação do agronegócio do país. Os recursos serão investidos na melhoria da segurança da ferrovia e no aumento da produtividade do transporte de cargas, por meio da construção, reforma ou ampliação de pátios, linhas férreas, passarelas e passagens de nível. O processo recebeu o selo de debênture sustentável, atribuído a projetos que geram impactos sociais e ambientais positivos.
“Os investimentos na Malha Paulista beneficiam não só os trechos existentes no Estado de São Paulo, mas também os trechos que alimentam o corredor de exportação e vêm de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, reforçando a competitividade do agronegócio brasileiro. Além da ampliação de capacidade e do ganho de eficiência operacional, haverá melhoria na segurança para a população do entorno e avanço na descarbonização do transporte de cargas”, ressaltou o superintendente da Área de Infraestrutura do BNDES, Felipe Borim.
A operação é uma ação do BNDES para diversificar as soluções de financiamento para empresas brasileiras, atuando em conjunto com outros financiadores e em parceria com o mercado de capitais por meio da emissão de títulos de longo prazo.
“Na atuação como estruturador de emissões de debêntures, o BNDES adiciona sua experiência em análise de projetos de infraestrutura, contribuindo para a atração de capital privado para investimentos de longo prazo no setor a taxas competitivas”, avaliou o diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do Banco, Nelson Barbosa. Segundo ele, o BNDES vê o mercado de capitais como parceiro e pretende estruturar mais operações de debêntures no futuro, sobretudo no setor de infraestrutura.
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