ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 34º

Economia

Com números mais drásticos, IBGE aponta quebra de 33,4% na safra de milho

Estimativa divulgada nesta terça-feira pelo IBGE confirma queda na produção por causa do clima, apontada pela Conab

Helio de Freitas, Dourados | 11/09/2018 16:46
Máquina faz colheita de milho na safra deste ano em Dourados (Foto: Eliel Oliveira)
Máquina faz colheita de milho na safra deste ano em Dourados (Foto: Eliel Oliveira)

Assim como a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o IBGE também aponta forte quebra na safra de grãos em Mato Grosso do Sul em 2018 na comparação com o ano passado. O oitavo levantamento sobre a produção agrícola, divulgado hoje (11), pelo instituto, mostra que a safra estadual de cereais, oleaginosas e leguminosas foi 13,1% menor neste em relação a 2017.

A produção estadual foi de 16,7 milhões de toneladas em 2018 e de 19,2 milhões de toneladas no ano passado. A área plantada com todas as culturas pesquisadas aumentou 0,5%, segundo o IBGE.

A quebra na safra estadual foi puxada pela baixa produtividade do milho, afetado pelas condições climáticas. Só que o IBGE tem dados ainda mais drásticos que os apontados no levantamento da Conab.

Enquanto a companhia de abastecimento apontou 32% de quebra na produção de milho, os dados do IBGE apontam redução de 1,4 ponto percentual a mais – 33,4%. Segundo o instituto, em 2017 a produção de milho foi de 9,8 milhões de toneladas e de 6,5 milhões na atual safra.

Segundo o IBGE, em boa parte dos estados houve atraso no plantio do milho 2ª safra, uma vez que a colheita das safras de verão também atrasou em virtude do plantio tardio e da ocorrência de chuvas.

“As lavouras de 2ª safra ficaram mais expostas aos períodos de estiagem, comuns no fim da estação das chuvas, sobretudo na porção Centro-Sul do país. A produção está estimada em 55,1 milhões de toneladas, cultivadas em 11,4 milhões de hectares. A variação mensal aponta retração de 3,2% na estimativa da produção, em relação ao mês anterior, com rendimento médio caindo 2,3%”, afirma o IBGE.

Os ajustes negativos foram influenciados, sobretudo, pelo Piauí (67,9%), Tocantins (6,5%), Pernambuco (23,4%), Alagoas (14,0%), Sergipe (32,9%), Mato Grosso do Sul (10,3%), Goiás (7,1%) e Distrito Federal (19,4%).

Em volume de produção, as maiores retrações foram verificadas em Mato Grosso do Sul (735 mil toneladas), Goiás (526,4 mil toneladas) e Piauí (197,6 mil toneladas). A saca de 60 kg de milho fechou agosto com preço acima de R$ 41,00, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Em todo o país, a produção de milho 2ª safra foi 19,6% menor em 2018 na comparação com o ano passado. Houve atraso do plantio da safra verão, o que reduziu a “janela de plantio” e, consequentemente, aumentou o risco das lavouras em relação a possíveis ocorrências de estiagens.

“Além disso, em 2017, a ocorrência prolongada de chuvas no Bioma Cerrado repercutiu positivamente no rendimento médio do milho segunda safra, obtendo-se recordes de produção para o cereal em vários estados”, afirma o IBGE.

Soja – Em linhas gerais, os números do levantamento do IBGE são bem semelhantes aos dados da Conab. O instituto apontou aumento de 3,3% na produção de soja em comparação ao ano passado – 9,8 milhões de toneladas em 2018 contra 9,07 milhões/t no ano anterior.

Já a produção brasileira de soja bateu mais um recorde. No total, o país colheu 116,8 milhões de toneladas, aumento de 1,6% em relação ao ano anterior. Apesar do atraso das chuvas, apenas a região Sul teve redução da produção (4,4%).

Nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste e no “Matopiba” (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), as chuvas abundantes e bem distribuídas proporcionaram desenvolvimento favorável das lavouras, possibilitando aos estados a colheita de uma safra substancial da leguminosa.

Segundo o IBGE, os preços da soja encontram-se firmes no mercado internacional, em face às perdas na safra da Argentina, terceiro maior produtor mundial, e à demanda crescente pela importação do grão.

Além disso, a desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar aumenta a competitividade da soja brasileira em relação aos demais grandes produtores. No final de agosto, quando o IBGE concluiu o levantamento, a saca estava contada em R$ 92,62, valor considerado bastante satisfatório para a rentabilidade do produtor.

Nos siga no Google Notícias