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Economia

Comércio da Capital inverte tendência e vendas crescem em junho

Renata Volpe Haddad | 27/07/2016 11:17
Movimento de consumidores no comércio cresceu em junho, em Campo Grande. (Foto: Fernando Antunes)
Movimento de consumidores no comércio cresceu em junho, em Campo Grande. (Foto: Fernando Antunes)

O MCV (Movimento do Comércio Varejista) de Campo Grande cresceu 91 pontos em junho, ficando um ponto abaixo do resultado pesquisado em maio. Os números são bons porque, tradicionalmente, depois do Dia das Mães, há uma tendência de queda nas vendas, o que não aconteceu este ano. Os dados são da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande) e foram divulgados nesta quarta-feira (27).

Para o economista da ACICG, Normann Kallmus, tradicionalmente junho apresenta queda, mas o cenário mudou este ano.

"Sempre há uma queda em junho em comparação com maio quando é comemorado um dos períodos de maior movimento no comércio com o Dia das Mães. Este indicador reforça a tendência de melhora, apresentando dois meses consecutivos de perspectiva de crescimento”, explica.

De acordo com o presidente da ACICG, João Carlos Polidoro, mesmo com queda de alguns pontos em comparação a anos anteriores, em junho deste ano, houve uma melhora nessa situação. "O movimento no comércio estava caindo desde 2014, e mesmo estando um ponto inferior a maio, a queda nas vendas parou de cair e isso é bom", afirma.

Ainda segundo Polidoro, os números mostram ainda que os consumidores estão mais confiante e mais cautelosos. "O movimento político mudou a visão do país, a queda do dólar melhorou os preços que estão menos pressionados com a inflação e o consumidor consegue comprar, eles estão mais cautelosos, parcelando menos, mas não deixam de comprar".

A expectativa para o segundo semestre do ano é de melhora no movimento. "Tínhamos uma expectativa de queda nas vendas até o fim do ano, mas como os comerciantes já estão se mobilizando para as festividades de Natal, a tendência é melhorar os preços e assim as vendas", avalia.

Pesquisas - O índice do MCV é apurado a partir da evolução dos dados do setor, analisando as transações realizadas entre empresas e também entre consumidores e o comércio.

O índice é composto de dois outros sub índices que ajudam a avaliar sua evolução: o MCV-PF, que analisa as transações entre Pessoas Físicas e as empresas do setor terciário, e o MCV-PJ, que avalia as transações entre as empresas.

Conforme o levantamento, o MCV-PF de junho foi de 92 pontos, também ficando apenas 1 ponto abaixo do índice apresentado no mês anterior, mas acima dos 89 pontos registrados em abril. Já o MCV-PJ foi de 86 pontos, demonstrando uma contração de 5 pontos em relação ao mês de maio.

"As razões para tal comportamento parecem ser a inflação de custos, que restringe a demanda, a redução do número de estabelecimentos comerciais na base territorial e a alteração da carga tributária estadual, que continua freando a reposição de estoques para nova composição de preços”, avalia o economista.

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