Seca e geada na lavoura de cana pressionaram preços dos combustíveis nas bombas
Etanol anidro, que vai na composição da gasolina, subiu 32%, conforme sindicato que representa postos
Nas últimas semanas, subiram os preços do etanol e da gasolina nos postos de combustíveis de Mato Grosso do Sul. No caso da gasolina, o aumento tem a ver com efeitos econômicos da guerra entre Rússia e Ucrânia, que encarece os insumos, mas também com a alta de 32% no preço do etanol anidro, que vai na composição, segundo o Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes).
Em Campo Grande, o preço médio da gasolina é R$ 7,01, conforme levantamento da última semana da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Já o etanol hidratado custa em média R$ 5,59. No interior, na última quinta-feira (28), a gasolina foi encontrada a mais de R$ 8 em algumas cidades, como Costa Rica, Aparecida do Taboado e Camapuã.
Lavoura - A safra de cana começa em abril e vai até março do ano seguinte, ou seja, o último mês marcou o fim da safra 2021/2022, que enfrentou intempéries, como seca e geada no Centro-Sul do País, conforme a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
Com isso, a segunda metade de março teve queda na produção, que se deve ao menor número de unidades produtoras em operação neste início de safra, nas usinas da região Centro-Sul, conforme levantamento da Unica.
Oferta e demanda sofreram impactos com o atraso da nova safra. “Nos primeiros 15 dias de abril, 85 unidades operaram frente a 149 unidades no mesmo período do ciclo 2021/2022”, detalha relatório do Observatório da Cana, publicado pela entidade.
A produção do etanol anidro teve queda de 85% na comparação entre a primeira quinzena da safra passada de da atual, nas usinas que fazem parte da região Centro-Sul do País. Foram 108 milhões de litros nos primeiros quinze dias da safra 2021/2022 e apenas 16 milhões de litros no mesmo período da safra 2022/2023.
O relatório do Observatório da Cana reúne dados fornecidos pelas entidades que representam o setor no País, inclusive, a Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia do Mato Grosso do Sul), que não se manifesta sobre os preços dos combustíveis, conforme informado por sua assessoria de imprensa.