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Após desdém, prefeito "pega carona" na Caravana da Saúde

Waldemar Gonçalves | 18/05/2016 06:00

Aula de gestão – Na tribuna da Câmara Municipal, ontem, o vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), elogiou a Caravana da Saúde, programa do governo do Estado em execução em Campo Grande este mês. Frisou que o prefeito, Alcides Bernal (PP), dificultou a realização do evento “até os 45 segundos do segundo tempo”. “Hoje, ele (Bernal) está lá pegando carona na Caravana, enquanto o governador (Reinaldo Azambuja) está dando uma aula de como ser bom gestor”, cutucou. “Não disse isso no palco de abertura porque tenho educação”, finalizou.

Buracolândia – A sessão da Câmara Municipal de ontem foi marcada por novos e intensos ataques a Bernal, com vereadores que gostaram de repetir a palavra “incompetente”. Um deles foi Chiquinho Telles (PSD), ao apontar que só mesmo usando “helicóptero” para conseguir andar em Campo Grande depois das fortes chuvas. “De bicicleta você cai, de moto pode se acidentar e morrer e de carro o pneu fura”, discursou, chamando a Capital de “Buracolândia”.

Campanha na tribuna – Os ataques cessaram para dar lugar à campanha política. Durante 21 minutos, o vereador Marcos Alex usou a tribuna para lançar oficialmente sua pré-candidatura a prefeito de Campo Grande pelo PT. No discurso, ressaltou que é candidato ficha-limpa e que nunca viu “nem um tostão do mensalão e nem do petróleo”.

Aparecido – E lá estava ele novamente. A exemplo do que aconteceu em alguns momentos recentes no Congresso Nacional, o ex-governador André Puccinelli (PMDB) esteve ontem no Senado. Acompanhou a posse de Pedro Chaves (PSC-MS), que assumiu o lugar de Delcídio do Amaral (sem partido-MS). O peemedebista, inclusive, figurou alguns segundos na tela da TV Senado, conversando com a deputada federal Tereza Cristina (PSB-MS).

Conflito sem fim – Criada em decorrência do conflito entre índios e fazendeiros em Mato Grosso do Sul, a CPI do Cimi, da Assembleia Legislativa, acabou acirrando divergências entre parlamentares. Ontem, Pedro Kemp (PT) simplesmente ignorou quando a presidente do colegiado, Mara Caseiro (PSDB), chamou os demais colegas integrantes do grupo fizessem juntos à entrega formal do relatório à presidência da casa.

Imóvel – Diante do chamado de Mara, Kemp ficou imóvel em sua cadeira no plenário. Depois que os demais foram até o presidente, o deputado simplesmente se levantou e deixou o local. O petista discorda do resultado da CPI, que aponta culpa do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) na incitação e financiamento de conflitos entre índios e ruralistas, e fez um relatório paralelo sobre o apurado.

Não é barato – O barato pode sair caro. O provérbio resume bem o que lembrou o deputado estadual Paulo Corrêa (PR), ontem, sobre o fato de a licitação para o concurso público da Assembleia, o primeiro da história da casa, ter sido cancelada após uma das concorrentes apresentar proposta muito barata para o certame. Muitas vezes, empresas apresentam preços baixos para, depois, conseguirem um realinhamento de preços junto ao licitante, comentou o parlamentar.

Sem dó – A vereadora Carla Stephanini (PMDB) não se comoveu com a saída da primeira “presidenta” da República pela porta lateral do Palácio do Planalto. Ao contrário, a parlamentar, que também é presidente estadual do PMDB Mulher, acha que foi feita justiça, dentro da legalidade. “Ela tinha que sair e essa foi a forma que ela escolheu”, disse, ao retornar aos trabalhos da Câmara Municipal, depois de faltar duas sessões para acompanhar de perto a ascensão do colega de partido Michel Temer.

Luto pela metade – Ainda abalado, o vereador Paulo Siufi (PMDB), que perdeu filho em acidente de trânsito há 20 dias, não teve forças para retomar a vida em plenário, por enquanto. O parlamentar, que também é médico pediatra, voltou a atender pacientes desde a semana passada, segundo assessores. Na Câmara, enquanto isso, estão parados trabalhos que pretendem debater a polêmica “lei da mordaça”, proposta pelo vereador e que busca restringir a atuação de professores em sala de aula. Vetado pelo Executivo, a matéria aguarda nova apreciação dos vereadores.

De quem é a culpa? – Cerca de dez catadores de recicláveis retirados da favela Cidade de Deus foram à sessão da Câmara ontem. Pedem que os vereadores aprovem projeto de suplementação orçamentária protocolado pelo Executivo, em março, para recursos necessários à compra de materiais para construção de casas nos bairros Vespasiano Martins e Teruel. Educadamente, os parlamentares disseram que eles estavam no lugar errado e que deviam erguer as faixas que tinham em punho em frente ao gabinete do prefeito.

(com a redação)

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