Campanha começa com enxurrada de denúncias
Vai chegar tarde – Época de campanha eleitoral não é de correria apenas para candidatos e seus grupos políticos. O juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 36ª Zona Eleitoral, teve a seguinte reação ontem, no fim da tarde, ao saber que o número de denúncias levadas a ele apontando propaganda irregular no pleito municipal deste ano havia aumentado ao longo do dia: “isto significa que vou voltar tarde para casa”.
Alta demanda – O magistrado contou que, pela manhã, havia julgado 14 demandas. À tarde, havia outras 16 esperando a análise do magistrado. E isto com apenas três dias de campanha valendo.
Convite para inauguração – O ministro dos Transportes, Maurício Quintella, disse ontem em Campo Grande que o presidente Michel Temer tem uma atenção especial por Mato Grosso do Sul, colocando obras do Estado como prioridade. Até um convite será feito para que ele esteja em inauguração de ponte, prevista para o mês que vem, em Três Lagoas. O governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), vem elogiando o peemedebista pela agenda positiva proposta para o País.
Previsões otimistas – Reinaldo também ficou otimista com a possível privatização das rodovias BRs 262 e 267 no Estado, que, segundo o tucano, vão ter uma infraestrutura melhor e dar mais segurança aos motoristas. Ele espera que haja segurança jurídica para despertar o interesse da iniciativa privada. O tucano ponderou que é a favor de concessões e parcerias para melhorar a logística, fato determinante para incentivar o setor produtivo.
Vai entender – Comerciantes reclamaram do fato de a polícia encontrar muitas câmeras falsas instaladas em comércios próximos a uma cena de crime, em Campo Grande. Segundo os reclamantes, é um desserviço à sociedade noticiar tal ‘estratégia’ das empresas. Ou seja, na cabeça dos ‘empresários’, correto é passar aos estimados clientes uma falsa sensação de segurança.
Briga no PRP – Grupo liderado por Renato Gomes e composto por mais 10 ex-quase-candidatos a vereador está indignado com a postura de lideranças do PRP. Aos 45 do segundo tempo, a direção do partido desistiu de ter chapa própria – seria encabeçada por Gomes – e causou uma briga interna que deixou a legenda no limbo do processo eleitoral.
Com ninguém – Um dos motivos da confusão é que Pedrinho Feitosa, presidente regional do PRP, teria firmado aliança à revelia do grupo de Gomes, inclusive com uma suposta ‘venda’ do apoio em detrimento da chapa pura. “Não concordamos com isto. Nossa ideia era ser uma alternativa ao cenário político que está aí, então não estamos coligados com ninguém”, diz um filiado que teve frustrado o plano de candidatura à Câmara Municipal.
Patamar ético – "O Brasil está vivendo um momento muito importante em que nós vamos decidir se vamos mudar efetivamente de patamar ético, ou se vamos deixar tudo muito parecido como o que sempre foi”. O comentário é do ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), sobre a discussão acerca da Lei da Ficha Limpa, gerada após decisão da corte de delegar às Câmaras Municipais a atribuição de aprovar ou rejeitar as contas dos prefeitos.
Fortalecer a democracia – O STF entende que a medida fortalece a democracia. Tira de um órgão administrativo – o Tribunal de Contas do Estado – e passa a uma organização política – Câmara Municipal – representante da sociedade uma função de aprovar ou rejeitar a forma como um gestor lida com o dinheiro público.
Empurrar a reforma – Para Barroso, a discussão vai além da Lei da Ficha Limpa. "A política não pode ser um espaço em que as pessoas de bem não queiram chegar perto. Portanto é preciso fazer uma reforma importante, isso depende do Congresso, porque numa democracia é assim que funciona, mas a sociedade brasileira precisa empurrar essa agenda, uma agenda de reforma política", disse ao jornal Estadão.
(com Anahi Zurutuza e Leonardo Rocha)