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Artes

Já conhece a construção militar feita com rocha vulcânica em MS?

Forte de Coimbra foi construído com rocha basáltica; prédio completa 50 anos de tombamento com programação

Por Aletheya Alves | 09/11/2024 07:26
Forte de Coimbra é um dos marcos estaduais históricos. (Foto: Divulgação/Exército Brasileiro)
Forte de Coimbra é um dos marcos estaduais históricos. (Foto: Divulgação/Exército Brasileiro)

Rocha basáltica (vulcânica), argamassa de saibro e cal: esses foram os principais materiais usados para construir um dos prédios mais importantes de Mato Grosso do Sul, o Forte de Coimbra. Neste ano, ele completa 50 anos de tombamento e, entre os dias 21 a 23 de novembro, terá programação especial.

Para quem gosta de viajar e conhecer espaços históricos, o Forte é um dos representantes do passado por aqui. Conforme o CAU/MS (Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso do Sul), a construção integra a arquitetura militar portuguesa do século XVIII.

Contando curiosidades sobre a construção, o superintendente do Iphan/MS (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), João Santos, explica que a fortificação é uma das únicas no Brasil que tiveram o chamado batismo de sangue, ou seja, conflitos bélicos.

“As características arquitetônicas e paisagísticas também foram importantes para o primeiro tombamento do Iphan na região sul do antigo Mato Grosso”, descreve.

Mas, antes disso, o Forte nasceu como presídio. Em documento educativo do Exército Brasileiro é narrado que, por ordem do então governador da capitania do Mato Grosso, Dom Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, ele foi construído em 1775.

Cenário reproduzido no Forte de Coimbra, (Foto: Arquivo/Exército Brasileiro)
Cenário reproduzido no Forte de Coimbra, (Foto: Arquivo/Exército Brasileiro)

Localizado às margens do Rio Paraguai, ele ficou em desacordo com o tratado vigente entre portugueses e espanhóis (Tratado de Santo Ildefonso, em que a margem ocidental era dos espanhóis). “Contudo, a posse do território foi mantida, garantindo a colonização dali para o norte colonial”.

Nessa época, a estrutura ainda era simples, feita com madeira. Já em 1791, as mudanças passaram a ser necessárias e, por isso, houve a reconstrução com alvenaria.

Conforme conta o Exército Brasileiro, o Forte foi atacado duas vezes: uma em 1801 quando o então governador de Assunção (Paraguai) estava acompanhado por 800 homens, enquanto o grupo brasileiro tinha 109.

“Apesar da superioridade bélica da força inimiga ser incontestável, a tropa resistiu ao cerco por dez dias e, em seguida, rechaçou o inimigo. O feito daqueles homens ecoou pela Capitania, movimentando as demais guarnições para a defesa da fronteira oeste”.

A segunda vez foi em 1864, durante a Guerra da Tríplice Aliança. Foram 3.200 homens armados. “Com o fim da Guerra da Tríplice Aliança, em 1870, o Forte de Coimbra foi reocupado e reconstruído. No ano de 1907, foi iniciada a construção das atuais instalações do aquartelamento e, a partir de 1908, o Forte foi desocupado. Em 1950, a guarnição ganhou a denominação de 1ª Bateria do 6º Grupo de Artilharia de Costa e Forte Coimbra”.

Mais sobre a história e detalhes serão compartilhados no evento dedicado aos 50 anos do tombamento.

Confira a programação completa abaixo:

  • Programação dia 21/11 (quinta-feira) – Distrito de Coimbra

17h – Receptivo pelo Exército aos visitantes
18h – Cinema na Praça: “Filhos de Coimbra”
18h20 – Apresentação “Dossiê da Festa Nossa Sra. do Carmo”
18h40 – Apresentação de palestra – Exército

  • Programação dia 22/11 (sexta-feira) – Coimbra/Corumbá

9h30 – Visita guiada ao Forte de Coimbra com estudantes
11h – Almoço/retorno para Corumbá
17h – Visitas guiadas ao Instituto Homem Pantaneiro e Casario do Porto

  • Programação dia 23/11 (sábado) – Centro de Convenção do Pantanal – Corumbá

08h – Credenciamento e abertura do evento
08h20 – Palestra “Arquitetura Militar Moderna” – Dra. Margareth Escobar Ribas (UFMS)
08h40 – Palestra “O projeto de restauração do Forte de Coimbra” – Ten. Kauanna Lourdes Vasconcelos de Sousa
09h – Coffe break
09h20 – Palestra “A Fortaleza e a Fé” – Msc. Rubens da Costa Marques
09h40 – Debate
12h – Almoço livre

14h20 – Palestra “Plano de conservação do Forte de Coimbra e os desafios para sua gestão” – Msc. João Henrique dos Santos (superintendente do IPHAN/MS)
14h40 – Apresentação “Dossiê da Festa N. Senhora do Carmo” – Msc. Lívia Gaertner (Prefeitura Municipal de Corumbá)
15h – Coffee break
15h20 – Palestra “O Contexto Sociocultural da Festividade de N. Sra do Carmo em Forte de Coimbra” – Dr. Joelson Pereira (UFGD)
15h40 – Debate
16h – Encerramento

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