Thiago já viajou mais de 18 países consertando só carros de luxo
Na bagagem, ele guarda alguns modelos de destaque como Lamborghini e Jaguar
Aos 14 anos, ganhando R$ 30 por semana numa oficina de funilaria na Capital, Tiago de Sousa Lima Ramos, conhecido como Lamparina, deu os primeiros passos no universo dos consertos de carros. Hoje, com 37, ele roda o mundo sendo o 'martelinho de ouro' de carros de luxo. Nas bagagens, ele já soma 18 países e alguns modelos de destaque como Lamborghini, Jaguar e até Ferrari.
Criado no bairro Lageado, Tiago conta que não fez cursos, mas que aprendeu toda a técnica no trabalho, onde desamassava os carros sem danificar ou pintar novamente os veículos.
“Já arrumei também Maserati, Porsche, Aston Martin, Dodge Ram. É bem artesanal o trabalho. Amo o que eu faço. Sou filho de empregada doméstica e sempre quis conhecer os países. Então foi com essa profissão que consegui. Rodo o mundo trabalhando nas fábricas, seguradoras e concessionárias.”
Ele conta que aprendeu o ofício olhando o dono da oficina onde trabalhou por 5 anos como funileiro. Depois de lá, Thiago entrou no mundo dos carros antigos. Lá ficou por dois anos, até que resolveu entrar na área dos martelinhos de ouro, como funileiro.
“Nessa loja de martelinho de ouro foi quando eu vi a oportunidade de aprender essa técnica. Então foi aí que eu fiquei observando o dono da empresa desamassar o carro sem a necessidade de fazer pintura. Eu, curioso, peguei as ferramentas dele e copiei elas, aí comecei a praticar sozinho e aprendi.”
Atraído por relatos de colegas sobre o número de carros danificados pela chuva em Santa Catarina, Thiago saiu de Campo Grande e foi morar na região Sul.
“Sabia que lá sim chovia granizo e tinha bastante trabalho. Foi aí que eu comecei a fazer a reparação de carros afetados pela chuva de gelo.”
A primeira viagem internacional dele foi para a Argentina. Lá ele ficou dois meses. Desde então, nunca mais parou. Depois foi para Uruguai, México e EUA. Na lista de países que Thiago já trabalhou estão Itália, Alemanha, Espanha, França, Paraguai, Chile, Eslovênia e Suíça.
Lamparina passou por fábricas, concessionárias e portos, reparando carros novos antes mesmo de chegarem às lojas. Como os automóveis ficam expostos nos pátios, acabam sendo danificados por pedras que vêm com o vento e chuvas de granizo.
“Gostei muito de conhecer a Suíça e os EUA. Hoje estou no México. Esse ano fui à Argentina e Chile. Meu lucro é em média de 700 até 2.000 dólares por dia. No momento estou reparando a Dodge Ram que foi lançada recentemente no Brasil. Depois vou em casa, fico 1 semana e vou pra Europa.”
O trabalho é feito há 11 anos e Thiago diz ter se acostumado com as temporadas entre os países. “Faz anos que vivo esse sonho. Hoje estamos com cerca de 200 martelinhos brasileiros aqui no México, para reparar 17.000 caminhonetes. Eles gostam do brasileiro, somos mais rápidos e a qualidade do trabalho é melhor, temos melhor técnica.”
Ele acrescenta que não vive o luxo e nem quer, até porque ainda não ganha para isso, mas que mantém os pés no chão e usa o que recebe para investir no próprio negócio em Campo Grande.
"Dinheiro nunca me mudou pois poucas pessoas sabem o que realmente faturo. Vivo minha vida tranquila. Tenho locadora de matérias para construção civil como betoneira e andaime. Levo a vida simples".
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