Casarão com mais de 150 anos de história vai virar cinema em Corumbá

Casarão de mais de 150 anos será reativado para receber cinema em Corumbá. O município, que foi o primeiro de Mato Grosso do Sul a receber uma projeção, teve seu único cinema, o Cine Anache, fechado em 2002 e, desde então, não recebeu mais nenhum empreendimento focado nesse setor, apesar de contar com uma população expressiva e ser a terceira maior cidade do estado.

O prédio escolhido para receber o novo empreendimento foi um casarão construído há mais de 150 anos, tombado como patrimônio histórico de Corumbá, localizado na Rua General Rondon, próximo ao famoso Hotel Galileu, segundo informações do empresário Luís Martins, investidor do projeto e dono do prédio.

Luís detalha que serão destinados R$ 1,8 milhão em obras para adaptar o prédio, incluindo salas, banheiros e toda a estrutura necessária para o funcionamento do cinema, além de mais R$ 1 milhão investido na montagem e instalação após a conclusão das obras. O prédio deve ser entregue em maio deste ano.

O responsável por trazer o cinema para Corumbá é o empresário gaúcho Sílvio Brandolt, de 64 anos, dono da empresa Cine Vision. Ele revela que, inicialmente, o projeto era para uma cidade no sul do país, mas resolveu investir no interior sul-mato-grossense após visitar o município e descobrir que a cidade não possuía um cinema.

"Corumbá é uma cidade com mais de 100 mil habitantes e tem várias cidades ao redor. Fizemos uma pesquisa e descobrimos que a cidade era a terceira maior do estado e não tinha um cinema, o que achamos estranho", detalha.

Ele entrou em contato com Luís, que apresentou alguns possíveis prédios para locação, mas o que conquistou o coração de Sílvio foi justamente o casarão de paredes azuis e janelas de madeira, que deve ganhar uma nova cara sem perder suas características originais.

"Achei muito bacana, porque ele dá um aspecto cultural ao lugar, e nosso lema é esse: fazer cinema de calçada e cinema cult. Vamos exibir os principais filmes, mas nosso intuito também é valorizar os filmes nacionais", prospecta o empresário.

Sílvio detalha que sua filha trabalhou no Instituto Federal de Corumbá e foi a primeira a conhecer o município, que encantou a família. "Corumbá tem um povo muito bacana, um povo acolhedor, gostei muito mesmo. Não ter um cinema é bem ruim, então, pensando nessa necessidade, por ser um lugar carente de cinema, estamos realizando esse projeto", diz.

O cinema terá duas salas, uma com capacidade para 154 pessoas e outra para 120. O plano é que, inicialmente, apenas a sala maior funcione, devido ao alto investimento. "No início, só vai funcionar uma, porque o investimento é muito alto, depois vamos montar a outra", explica Sílvio.

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