O cansaço fez Catiusia abrir negócio que salva quem tem fome e pressa
Restaurante nasceu para quem quer comida por delivery sem precisar recorrer a opções menos saudáveis
Depois de muitos anos chegando em casa cansados do trabalho e sem ter o que comer pronto, Catiusia Rezende de Freitas, de 48 anos e o marido, Antônio Lúcio Neto, de 59, se cansaram de recorrer às lanchonetes e pizzarias como segunda opção. Eles decidiram transformar a cozinha da casa em uma sobaria e dar um novo significado à palavra “plano b”. A ideia deu tão certo que o negócio foi batizado justamente com esse nome.
Ali, na empresa caseira, o objetivo é dar aos clientes o que eles não encontravam de última hora: um “plano B” feito com carinho, sabor e gosto de casa. O nome nasceu como pedido inocente da filha de 6 anos, que sempre pedia algo para comer no fim do dia.
“Ela via que a gente estava cansado demais para cozinhar. Aí nasceu o nome. Se você está sem opção, o Plano B resolve. Ela sempre pedia algo para o jantar. Estamos há 1 ano e 4 meses no mercado, funcionando com delivery e para retirada.”
Quem toca o negócio é Catiusia, mas as receitas não são atuais. Ela já tem história com os Sobás e os Yakisobas. Foi no calor das madrugadas da antiga Feira Central, ainda na Avenida Mato Grosso, que nasceu a paixão dela pela cozinha japonesa. Lá, entre uma panela de Sobá e legumes picados na pressa, ela aprendeu os segredos do prato tradicional e do Yakisoba feito no capricho.
“Comecei a trabalhar na Feira Central em 2000. Entrei como atendente, mas viram que eu tinha jeito, aí me colocaram na cozinha. Trabalhei em uma barraca e lá tive a oportunidade de aprender com uma batchan japonesa a forma tradicional de fazer Sobá e Yakisoba. Desde então, estive sempre envolvida em cozinhas, seja em feiras de rua ou trabalhando em sobarias.”
Ela relembra que a feira foi seu primeiro registro em carteira e que a euforia disso foi gostosa. Lá ela trabalhou por anos, inclusive grávida. Depois, foi funcionária de uma peixaria por 7 anos. Com a pandemia de covid, o local teve que fechar, mas Catiusia não ficou desempregada. Voltou para as feiras.
“Eu entrava bem cedo na época da feira, saía de casa 2 horas da tarde e voltava somente após o fechamento, em torno de 4 horas da manhã. Naquela época o pessoal gostava de ir das festas direto para a Feirona. Depois que fechou lá na avenida, essa mesma família com quem aprendi tudo começou a fazer feiras de bairro. Ali era muito mais difícil, muitas questões logísticas envolvidas, como no transporte e na preparação dos ingredientes. Tudo em si era muito mais difícil. Quando chovia, tínhamos que segurar as barracas para o vento não levar.”
Em 2023, o casal enfrentou dificuldades em não ter com quem deixar a filha mais nova. Foi aí que o marido entrou na história e incentivou ela a abrir o próprio negócio, já que ela sabia fazer de tudo.
“Confesso que sempre tive vontade de trabalhar pra mim mesma, mas sempre tive medo de que não desse certo.” O marido foi mais rápido que o medo dela e comprou todos os itens necessários para que ela começasse. O intuito foi encorajar a esposa, e ele tinha certeza de que daria certo.
“Um belo dia ele chega em casa com um monte de panelas e um fogão industrial, aí não tive saída e hoje dou graças a Deus que ele teve essa atitude. Quando você tem seu próprio negócio e faz o que gosta, não tem por que não dar certo. E vendo a satisfação dos meus clientes, isso encoraja a cada dia a melhorar mais.”
Agora o sonho é abrir um restaurante físico. Além do Sobá e do Yakisoba - inclusive na versão vegetariana - a cozinheira também faz Yakimeshi, dobradinha, mocotó e pastéis. Tudo é feito por ela, com massa própria, e ajuda de funcionários que auxiliam no dia a dia dos pedidos.
“Amo cozinhar, e o mais prazeroso e gratificante é ver as pessoas elogiando minha comida. Faço uma paella para dar inveja. Eu sempre fazia os pratos em casa, mas só para a família. Agora tem dado certo.”
A sobaria está localizada na Fernão de Magalhães, 494, na Vila Marli, ou pelo Instagram @planobsobariaesabores.
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