Crédito de R$ 20 milhões na citricultura acelera meta de carbono neutro em MS
O financiamento proposto também diversifica a matriz econômica do Estado e expande o setor
A liberação do crédito de até R$ 20 milhões por ano, via FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste), para a implantação de pomares de citricultura no Estado, é uma forma de diversificar a matriz econômica do Estado, além de ajudar no processo de carbono neutro até 2030.
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Crédito de R$ 20 milhões impulsiona citricultura e meta de carbono neutro em MS. O financiamento, via FCO, visa a implantação de pomares e a diversificação econômica, contribuindo para o objetivo de neutralidade de carbono até 2030. A Famasul destaca o ritmo acelerado de MS rumo à meta, com exemplos como o plantio direto e a integração lavoura-pecuária-floresta. A citricultura, com foco na sustentabilidade, se beneficia das condições favoráveis do estado, como clima, relevo e legislação rígida contra doenças como o greening. O financiamento, limitado a 500 hectares por projeto, abrange implantação e manutenção de pomares até o terceiro ano, excluindo irrigação. A expectativa é gerar um emprego direto a cada quatro hectares cultivados, com o Senar/MS oferecendo assistência técnica. Mato Grosso do Sul se consolida como polo citrícola, atraindo investidores devido à rigorosa legislação contra o greening.
A Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) destaca que MS já se destaca por estar em ritmo acelerado para se tornar um estado carbono neutro, tendo como exemplo o cultivo de grãos que é feita, em praticamente sua totalidade, por meio do plantio direto. Outro exemplo é o ILPF (ntegração lavoura, pecuária e floresta), no qual, a produção de carne bovina recupera pastagens degradadas.
“No caso da citricultura, não será diferente, a sustentabilidade será o foco principal. O estado conta com condições climáticas e de relevo favoráveis, disponibilidade de terras para cultivo, condições fitossanitárias adequadas e uma legislação rígida de controle de doenças, principalmente contra a ameaça do “greening”, que afetou pomares em todo o mundo, incluindo o maior produtor nacional, o Estado de São Paulo”, disse ao Campo Grande News o presidente da federação, Marcelo Bertoni.
Na prática, as árvores cítricas capturam CO₂ (dióxido de carbono)da atmosfera e armazenam esse carbono no tronco, galhos e raízes.
O financiamento proposto é voltado para projetos de implantação e manutenção dos pomares até o terceiro ano de produção. Cada proposta terá o limite de 500 hectares e a nova regra já está em vigor. No entanto, não contempla sistemas de irrigação e também não se aplica a propostas protocoladas antes da publicação da deliberação.
No Estado, já são 11 municípios abrigando empreendimentos do setor de citricultura, somando cerca de 30 mil hectares. O processo de instalação de novos empresas já está iniciado em Campo Grande, Sidrolândia, Ribas do Rio Pardo, Paranaíba, Cassilândia, Aparecida do Taboado, Três Lagoas, Brasilândia, Bataguassu, Naviraí, e Dois Irmãos do Buriti.
“A inclusão da citricultura como atividade estratégica financiada pelo FCO em Mato Grosso do Sul busca diversificar a matriz econômica do Estado, promovendo maior agregação de valor e estabilidade produtiva. A medida se destaca pelo potencial de geração de empregos no campo, além de possibilitar práticas agrícolas sustentáveis. A Famasul vê a iniciativa de forma positiva, por estar alinhada aos objetivos de fortalecimento do agronegócio, incentivo à inovação e promoção do desenvolvimento sustentável no Estado”, disse a entidade.
Outro ponto destacado como positivo é a geração de emprego. A expectativa é que a citricultura em Mato Grosso do Sul crie um emprego direto a cada quatro hectares cultivados.
Com isso, a expansão do mercado de cítricos exige mão de obra qualificada para atender à demanda criada pelos novos empreendimentos. O Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) oferece assistência técnica e gerencial para produtores rurais do Estado, em 8 mil propriedades rurais e em mais de 13 cadeias produtivas, sendo uma delas a fruticultura.
Greening - Mato Grosso do Sul tem se consolidado como o "cinturão citrícola” do Brasil. Um dos motivos da procura de investidores de São Paulo, por exemplo, é em razão da doença greening no estado paulista.
O Estado tem uma legislação rígida, com 'tolerância zero' à doença. A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), inclusive, emitiu um alerta aos produtores rurais e a população geral sobre o perigo da compra de mudas irregulares.
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