Eletrobras aumenta vazão de hidrelétrica e é criticada sobre impacto no Pantanal
Mudança na represa de Manso, em MT, provoca o alargamento do Rio Paraguai, que ajuda o Pantanal
Uma medida tomada pela Eletrobras para ajudar a combater os incêndios no Pantanal, adotada no início deste mês, vem levantando questionamentos sobre o impacto das hidrelétricas de Mato Grosso sobre o bioma que fica, em maior parte, em Mato Grosso do Sul.
Isso porque, conforme revelado em matéria da revista Valor Econômico, uma operação negociada entre a Eletrobras, Operador Nacional Elétrico (NOS), Agência Nacional de Águas (ANA) e Serviço Estadual de Meio Ambiente (Sema) está aumentando a vazão de água que passa na hidrelétrica de Manso, no Mato Grosso, de 80 metros cúbicos por segundo para 170.
A medida ajuda no combate aos incêndios no Pantanal porque alarga o leito dos rios, deixa a água mais próxima dos focos de incêndio, facilita a captação de água por parte de bombeiros e brigadistas e propiciam melhores condições para os animais beberem água. O Rio Manso é Afluente do Rio Cuiabá, que corre até o Rio Paraguai percorrendo todo Pantanal.
Em artigo publicado nesta segunda-feira (8), o Ecoa tenta mostrar que a medida prova o que eles denunciam faz tempo: como o represamento de águas por hidrelétricas de Mato Grosso afetam o volume dos rios no Pantanal e deixa o bioma mais vulnerável ao fogo.
“O que tem grande importância na decisão da Eletrobras é o reconhecimento do fato, negado até hoje por proprietários de represas e interessados em suas construções, de que elas afetam a dinâmica das águas no Pantanal, abrindo espaço para mais incêndios em tempos de eventos climáticos extremos”, explica o artigo.
Ainda conforme o Valor Econômico, o ONS confirmou o recebimento da Eletrobras Furnas a declaração de restrição hidráulica relacionada à necessidade de aumento da defluência da Usina Hidroelétrica (UHE) Manso, em Mato Grosso, para minimizar situação crítica de escassez da Região Hidrográfica do Paraguai.
Os efeitos dos extremos climáticos levaram a Agência Nacional de Águas (ANA) a declarar situação crítica de escassez de recursos hídricos na Bacia do Paraguai, ainda em maio.
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