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Meio Ambiente

Na ponte do 21, apenas poças de água marcam o que foi o grande Rio Miranda

Última cheia significativa foi há pelo menos 3 anos

Por Kamila Alcântara | 04/07/2024 15:39

Sem chuvas desde maio, o distrito de Águas de Miranda observa, sem ter o que fazer, a seca devastadora do Rio Miranda e a perda do principal atrativo turístico da região. Nesta quinta-feira (4), O empresário Mário Novelli tem um rancho ao lado e registrou apenas poças e pedras debaixo de uma das pontes da Estrada do 21, a MS-345.

A ponte onde o registro foi feito está na propriedade de Antônio Rui, de 64 anos, que mantém o Pesqueiro Arizona. Segundo ele, já tem meses que a navegação está prejudicada e isso diminuiu a procura do turismo de pesca no distrito.

“Eu tenho um barraco bom no pesqueiro, mas quem tenta descer de barco não consegue. É preciso caminhar nas pedras e arrastar o barco. Entramos na temporada de férias, com pesca permitida, e vejo os comércios todos vazios, sem turistas ou qualquer procura por visitação”, lamenta o empresário.

O sargento Edvaldo Rodrigues, trabalha na base da PMA (Polícia Militar Ambiental) na região há três anos, quando testemunhou a última grande cheia. A partir daí, o rio está cada vez mais baixo e ele teme até prejuízos no ciclo natural dos peixes.

“Nessa época já era para os cardumes de peixes com escamas estarem subindo para a temporada de desova, mas está prejudicando o movimento natural deles desde o ano passado. Acho que, inclusive, os exemplares que estão lá são os que nem conseguiram voltar da última piracema”, observa o policial ambiental.

O baixo nível do rio afeta a migração das espécies e facilita a pesca predatória. Para o sargento Edvaldo, se continuar como está, a população de peixes tende a diminuir gradativamente - junto com as águas do Rio Miranda.

Monitoramento - Conforme levantamentos da Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul), o Rio Miranda é o mais relevante tributário do Rio Paraguai, o principal do Pantanal.  Formado pelo Rio Roncador e Córrego Fundo, em Jardim, o Miranda percorre 490 quilômetros até a foz no Rio Paraguai, já no município de Corumbá.

Ao longo dos anos, o Rio Miranda enfrenta assoreamento que resulta na formação de bancos de areia e desvio do leito. A situação é agravada pela degradação das matas ciliares, mau uso do solo, processos erosivos e, principalmente, com a degradação da nascente.

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