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Meio Ambiente

Pantanal entra no período crítico com risco menor de queimadas em 2025

Mesmo com cenário mais favorável do que 2024, especialistas alertam que atraso das chuvas pode elevar perigo

Por Inara Silva | 01/10/2025 14:18
Pantanal entra no período crítico com risco menor de queimadas em 2025
Vista aérea do Pantanal em Mato Grosso do Sul (Foto: Instituto do Homem Pantaneiro/Arquivo)

O Pantanal deve enfrentar em 2025 uma temporada de queimadas menos intensa do que no ano passado. A avaliação é dos analistas ambientais Pedro Paulo Cardoso, biólogo, e Gustavo Costa do Carmo, conservacionista e antropólogo, ambos da SOS Pantanal. Apesar do cenário mais favorável, o risco de grandes incêndios segue em alerta até a chegada das chuvas.

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O Pantanal deve enfrentar uma temporada de queimadas menos intensa em 2025, segundo análise de especialistas da SOS Pantanal. Apesar do cenário mais favorável, o risco de grandes incêndios permanece até a chegada das chuvas, especialmente em áreas críticas como o Pantanal Alto.O principal fator de preocupação é o comportamento das precipitações. Se as chuvas atrasarem até novembro, como ocorreu em 2020, o risco de incêndios de grande proporção será elevado. O Estado registra redução de 88% nos focos de calor em comparação com 2024, mas fatores como estiagem prolongada, vegetação densa e ação humana podem agravar a situação.

Segundo os especialistas, as águas que garantem o equilíbrio natural da planície já seguiram seu curso. Na margem direita do Rio Negro, quase não restam vazantes, com exceção de alguns pontos no Abobral. As salinas ainda mantêm mais água do que as baías, condição considerada normal para o período.

“Mesmo com cenário mais positivo, não se pode descartar a possibilidade de incêndios de grande intensidade em áreas críticas”, destacam os especialistas.

Ameaça de seca - A paisagem, porém, já mostra sinais da transição para a seca. Enquanto as pastagens nativas seguem verdes, espécies cultivadas como marandu e piatã começam a secar. As chamadas “umidícolas” ainda resistem, o que indica reserva de umidade no solo.

Pontos críticos - No Pantanal Alto, entre as regiões do Sucuri e o Corixão, a tendência é de que a seca se instale mais rapidamente. A presença de mais combustível vegetal torna a área mais vulnerável à propagação do fogo.

Em contrapartida, áreas como a Nhuvai, na Nhecolândia, apresentam menor risco. Nessas fazendas, onde a taxa de lotação de gado está adequada, a biomassa disponível é menor, reduzindo o potencial para incêndios.

Pantanal entra no período crítico com risco menor de queimadas em 2025
Fogo atinge Serra do Amolar, no Pantanal (Foto: Instituto do Homem Pantaneiro/Arquivo)

Chuvas preocupam - O fator mais preocupante é o comportamento das chuvas. Caso atrasem e só cheguem a partir da segunda quinzena de novembro, como em 2020, quando o Pantanal ficou sem precipitação entre agosto e novembro, o risco de incêndios de grande proporção será elevado.

Se as chuvas chegarem antes, a previsão é de queimadas moderadas a baixas. Ainda assim, os analistas reforçam que a ameaça permanece.

Focos de calor - A mesma avaliação faz o coordenador do Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais), Márcio Yule. Para ele, a temporada crítica ainda pode estar por vir, já que 2025 apresenta características semelhantes às de 2023, quando 62% dos focos de calor do ano todo ocorreram no mês de novembro.

Por enquanto, o Estado segue em situação atípica, com redução de 88% nos focos de calor em relação ao mesmo período de 2024. Neste ano, de janeiro a 29 de setembro, foram registradas 1.410 queimadas, enquanto no ano passado foram registradas 11.990 ocorrências.

Agravamento - Entre as situações que podem piorar o quadro estão:

  • Atraso das chuvas e estiagens prolongadas;
  • Vegetação densa em áreas de transição entre Pantanal e Cerrado;
  • Ação humana, responsável pela maioria dos focos de calor e
  • Ventos fortes e calor intenso nos meses de setembro e outubro.

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