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Política

André condena excessos e visão unilateral da briga entre índios e fazendeiros

Aline dos Santos | 06/06/2013 08:19

O governador André Puccinelli (PMDB) apela para que a União dê uma resposta rápida ao conflito fundiário em Mato Grosso do Sul e reclama que há excesso tanto de índios quanto de fazendeiros. “Há excessos de ambos os lados. Não podemos ‘unilateralizar’”, afirma em entrevista ao jornal Bom Dia MS, da TV Morena.

Do lado dos que veem a questão somente por um lado, Puccinelli elenca o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), organismos internacionais e o MPF (Ministério Público Federal). Os dos primeiros são acusados de incitar os indígenas a fazer as ocupações.

Já quanto ao MPF, a queda de braço é travada na Justiça porque o órgão cobra que a polícia estadual preste atendimento emergencial às comunidades indígenas. Liminar determinou que o serviço fosse realizado em nove municípios, o governo recorreu da decisão, mas perdeu no TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região).

“A polícia que cuida dos índios é federal. Em auxílio à União e por decisão judicial, a Polícia Militar atende a situação. A civil sempre faz o Boletim de Ocorrência. O MPF faz uma pantomima, alardeia”, salienta. Pantomima é sinônimo de representação teatral. O governador também critica a ação da Funai (Fundação Nacional do Índio), que classifica como inoperante e inconsequente.

Puccinelli reafirma que no Estado não houve grilagem de terra, mas que a União e o governo do então Mato Grosso deram títulos de posse aos fazendeiros. Ele defende o pagamento pelas propriedades. “Tem que ‘constitucionalizar’ a possibilidade de compra de terra”, avalia.

O governador conta que conversou com a presidente Dilma Rousseff (PT) e pediu uma solução célere. Para ele, a nova suspensão da reintegração de posse da fazenda Buriti, em Sidrolândia, foi para evitar mortes. No dia 30 de maio, o terena Oziel Gabriel, de 35 anos, morreu após ser baleado em confronto com a polícia durante a desocupação.

O governador afirma que o outro lado também tem baixas. “A morte do indígena foi em confronto de guerra. O fazendeiro foi amarrado, linchado”, diz, lembrando a morte de Arnaldo Alves Ferreira, de 68 anos, dono de 30 hectares em Douradina.

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