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Política

Após crises, Bernal começa mandato com desafio de “dobrar” oposição

Turbulência com os vereadores começou bem antes do que o novo ano

Aline dos Santos | 01/01/2013 10:02
Mesmo antes de assumir, Bernal viveu dias tenso com a Câmara. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Mesmo antes de assumir, Bernal viveu dias tenso com a Câmara. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Os últimos 64 dias foram de tensão entre o prefeito eleito Alcides Bernal (PP) e a Câmara Municipal. Em 28 de outubro, o cenário de oposição para 2013 estava claro: 21 dos 29 vereadores foram eleitos na chapa do adversário Edson Giroto (PMDB). Mas a crise começou bem antes do que o novo ano.

Bernal acumulou derrotas. Os vereadores congelaram o valor do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), que vai reduzir em R$ 10 milhões a arrecadação da prefeitura em 2013; reajustaram, à revelia de Alcides Bernal, o valor do salário para prefeito, inflando a folha de pagamento em meio milhão; e reduziram o poder do chefe Executivo.

Uma emenda reduziu de 30% para 5% a abertura de créditos adicionais a serem utilizados pela administração municipal, sem que a transação precise passar pela aprovação da Câmara Municipal.

As decisões dos vereadores levaram a reclamações públicas, expondo um cenário turbulento. Bernal classificou a atitude dos parlamentares como “pequena e egoística” e disse que os vereadores partiram para o terceiro turno das eleições.

Para 2013, o prefeito eleito desencadeou nos últimos dias de dezembro uma série de reuniões, na tentativa de obter aliados e emplacar o presidente da Câmara. Dos encontros, nasceram novas polêmicas. O vereador Eduardo Romero (PTdoB) contou que foi passada uma lista, um “contrato de apoio”, em que os parlamentares se comprometiam a seguir Bernal.

O vereador Jamal Salém (PR) disse que a lista teve o intento de formar um bloco para definir o “grupo do prefeito”. Hoje, é impossível saber quem de fato se alia ao novo prefeito e quem manterá uma linha de oposição. Até mesmo os partidos estão divididos.

O processo de escolha do novo presidente da Câmara, cuja eleição acontece neste primeiro de janeiro, mobilizou os grupos, com direito a muito troca-troca. Bernal apoia a professora Rose Modesto (PSDB). O governador André Puccinelli e o ex-prefeito Nelsinho Trad, ambos do PMDB), querem Mário César (PMDB) no comando do Legislativo municipal.

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