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Política

"CPI não vai acabar em pizza”, afirmam vereadores que investigam Consórcio

A comissão recebeu 368 denúncias, a maioria delas via WhatsApp; também foram registrados 32 formulários online

Por Gabriela Couto | 14/04/2025 17:32
"CPI não vai acabar em pizza”, afirmam vereadores que investigam Consórcio
Integrantes da CPI do Transporte da Câmara, da esquerda para a direita: Ademar Junior, o Coringa (MDB), Ana Portela (PL), Lívio Leite (União), Maicon Nogueira (PP) e Luiza Ribeiro (PT) (Foto: Paulo Francis)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo da Câmara Municipal de Campo Grande reuniu-se nesta segunda-feira (14) para apresentar o segundo balanço da ouvidoria e reforçar o compromisso com a apuração rigorosa das falhas no sistema. A principal mensagem deixada pelos parlamentares foi clara: “Essa CPI não vai acabar em pizza” — expressão usada para garantir que as investigações não terminarão em impunidade ou acordos de bastidores.

RESUMO

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A CPI do Transporte Coletivo da Câmara Municipal de Campo Grande, presidida pelo vereador Dr. Lívio Leite, reafirma seu compromisso em investigar falhas no sistema de transporte público, garantindo que "não acabará em pizza". Desde março, a comissão recebeu 368 denúncias sobre superlotação, atrasos e más condições dos ônibus. A próxima fase incluirá depoimentos de especialistas e agentes públicos. A vereadora Luiza Ribeiro enfatiza que a CPI buscará responsabilizações, enquanto Maicon Nogueira critica a falta de respostas do Consórcio Guaicurus. O relatório final está previsto para julho, com possíveis recomendações ao Ministério Público.

Presidida pelo vereador Dr. Lívio Leite (União Brasil), a CPI foi instaurada no dia 18 de março e conta com Ana Portela (PL) como relatora, além dos vereadores Luiza Ribeiro (PT), Maicon Nogueira (PP) e Ademar Junior, o Coringa (MDB) como membros.

Desde a abertura da ouvidoria, no dia 25 de março, a comissão recebeu 368 denúncias, a maioria delas via WhatsApp. A população tem apontado problemas crônicos no sistema, como superlotação, atrasos, má conservação da frota, falhas de acessibilidade, estrutura precária nos terminais e tarifas altas.

"CPI não vai acabar em pizza”, afirmam vereadores que investigam Consórcio
Reprodução do percentual com as principais categorias de reclamação (Foto: Divulgação)

O balanço foi apresentado no plenário, marcando a reta final da primeira fase dos trabalhos, voltada à análise documental. A próxima etapa — as oitivas com especialistas e agentes públicos — terá início somente após o feriado de Páscoa.

Dois nomes já foram escolhidos para abrir a sequência de depoimentos: os especialistas em transporte Gabriel Santos da Silva e Maria Lúcia Torrencilha. A convocação oficial será feita nos próximos dias.

“Essa é a reunião do segundo balanço da ouvidoria. A coleta de dados vai até o dia 17 de abril. Algumas respostas ainda não chegaram. Vamos seguir o cronograma, com oitivas sempre às segundas e quartas, podendo haver reuniões extras. Já escolhemos os dois primeiros especialistas e vamos oficiá-los nos próximos dias”, explicou Dr. Lívio.

A fala mais enfática veio da vereadora Luiza Ribeiro, que rechaçou qualquer possibilidade de a CPI terminar sem responsabilizações. “A gente não vai admitir que fantasmas sejam plantados aqui, dizendo que há um arranjo para que essa CPI não avance. Vamos chegar aonde houver dor. Quem tiver responsabilidade, dentro ou fora da gestão, vai ter que responder. Pode ser o rompimento de contrato, nova licitação ou até mudança do modelo de gestão. A CPI não tem compromisso com privilégio em cima do sofrimento do povo”, declarou.

"CPI não vai acabar em pizza”, afirmam vereadores que investigam Consórcio
Vereadora Luiza Ribeira (PT) durante coletiva de imprensa (Foto: Paulo Francis)

O vereador Maicon Nogueira também apontou para a gravidade da situação, demonstrando frustração com a ausência de respostas por parte do Consórcio Guaicurus. “A impressão é de que a empresa não tem força para dar nenhuma resposta minimamente satisfatória. Isso me assusta. Se não consegue resolver, talvez seja o caso de rever o contrato ou até pensar numa intervenção. É a minha leitura inicial”, afirmou.

Ao todo, as denúncias reunidas pela CPI indicam um sistema de transporte público em colapso. Há relatos de passageiros pendurados nas portas em horários de pico, veículos com elevadores quebrados, ônibus com goteiras e bancos soltos, além de críticas severas à ausência de fiscalização e à qualidade dos terminais. Em bairros como Caiobá, Zé Pereira e Bonança, moradores reclamam da retirada de linhas e do aumento dos tempos de espera.

"CPI não vai acabar em pizza”, afirmam vereadores que investigam Consórcio
Vereador Maicon Nogueira (PP) respondendo que CPI não vai acabar em pizza (Foto: Paulo Francis)

A relatora da CPI, Ana Portela, defendeu o papel da comissão como instrumento de escuta da população. “A CPI é da sociedade. Queremos entender o que está errado e propor soluções reais. Não adianta continuar empurrando esse problema, a população já não aguenta mais.”

Nas próximas fases, além dos especialistas e gestores do consórcio, também serão ouvidos fiscais, procuradores, promotores, motoristas, cobradores, sindicatos e lideranças comunitárias.

O relatório final está previsto para ser entregue até 17 de julho, com possíveis recomendações para o Ministério Público, inclusive com pedidos de responsabilização civil e criminal, além de mudanças no modelo atual de concessão.

A população pode continuar colaborando com a CPI por meio dos canais de denúncia:

📞 Telefone: (67) 3316-1514
📧 E-mail: cpidotransporte@camara.gov.br
📝 Formulário: disponível no site da Câmara Municipal de Campo Grande.

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