Julgamento de Pollon sobre motim na Câmara é adiado para quarta
Conselho de Ética retoma oitivas amanhã e avalia possível suspensão do mandato

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados adiou para esta quarta-feira (10) o julgamento de Marcos Pollon (PL), que responde por envolvimento no motim que bloqueou o plenário em agosto, após ouvir testemunhas indicadas pelas defesas, em sessão realizada hoje em Brasília.
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O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados adiou para quarta-feira (10) o julgamento do deputado Marcos Pollon (PL), acusado de participar de um motim que bloqueou o plenário em agosto. A decisão ocorreu após oitiva de testemunhas indicadas pelas defesas, incluindo os deputados Marcel van Hattem e Zé Trovão, que também respondem ao processo. Os acusados alegam que a ocupação da Mesa foi pacífica e que não houve desrespeito ao presidente da Casa, Hugo Motta. Defendem ainda serem alvos de perseguição política. Os três parlamentares podem ter seus mandatos suspensos caso o parecer do relator seja aprovado em plenário.
A oitiva reuniu deputados chamados por Pollon, Marcel van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC), que também respondem ao processo disciplinar. O colegiado retomará os depoimentos às 11h, no horário de Mato Grosso do Sul.
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Os acusados e as testemunhas afirmaram que não houve desrespeito ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e defenderam que a ocupação da Mesa ocorreu de forma pacífica. Eles disseram que episódios semelhantes já aconteceram em outras ocasiões, sem abertura de processo disciplinar. Os parlamentares também alegaram que os três estão sendo alvo de perseguição política, fato que teria surpreendido o grupo no dia do motim.
Segundo os depoentes, o grupo acreditava que a sessão só começaria após um acordo sobre pautas que pretendiam discutir, o que teria motivado a permanência na Mesa. Eles relataram que foram surpreendidos pela chegada de Motta ao plenário, o que ampliou o conflito. Pollon afirmou que o episódio foi coletivo e que todos os envolvidos tinham “o mesmo quinhão de responsabilidade”, o que reforçaria, segundo ele, a existência de “direcionamento”.
A sessão desta terça-feira marcou o início formal da fase de depoimentos das defesas no Conselho de Ética, responsável por julgar Pollon, Van Hattem e Zé Trovão. Os três podem ter o mandato suspenso caso o parecer do relator seja aprovado em plenário. O documento será usado como referência para a decisão final dos deputados.
Em uma das oitivas, Pollon questionou o colega Coronel Meira (PL), que afirmou existir um acordo prévio para a desocupação da Mesa, costurado com as lideranças e comunicado ao presidente da Câmara. Eles relataram que o combinado previa aviso aos deputados que ocupavam o espaço, para que saíssem de forma conjunta. Meira e Pollon disseram que Motta chegou antes da comunicação ao grupo e entrou na Mesa com eles ainda posicionados, o que gerou confusão.
Apesar do tumulto, ambos sustentaram que não houve hostilidade contra Motta e que a acomodação do presidente ocorreu sem resistência. Eles disseram que as negociações avançaram após promessa das lideranças de pautar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) das Garantias e a PEC da Anistia, mas afirmaram que o acordo não foi cumprido. O grupo reclamou que a proposta de perdão aos condenados pelos atos de 8 de janeiro e ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) não avançou desde então.
A sessão também citou o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), apontado por aliados de Pollon como alguém que tratou sua presença no plenário como questão pessoal. Eles disseram que Glauber afirmou que só sairia escoltado pela polícia e usaram o exemplo para reforçar que o grupo opositor agia em defesa de pautas “do povo”, enquanto outros parlamentares teriam motivações individuais.
O Conselho deve analisar outro processo contra Pollon, relacionado a ofensas dirigidas ao presidente da Câmara durante um ato em Campo Grande no dia 3 de agosto. Procurado pela reportagem, o deputado argumenta que as expressões usadas "ocorreram fora do Parlamento e que, por isso, não configuram quebra de decoro".
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