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Educação e Tecnologia

Competidores ficam sem dormir para solucionar desafios em saneamento

São 36 horas para solucionar desafios reais de detecção de vazamentos e comunicação com clientes

Richelieu de Carlo | 03/12/2016 19:13
Equipes trabalham nos aplicativos (Foto: Alcides Neto)
Equipes trabalham nos aplicativos (Foto: Alcides Neto)

Na disputa para apresentar a melhor solução aos desafios propostos no “Hackathon das Águas”, os participantes têm 36 horas para elaborar um projeto de aplicativo que alie relevância, facilidade de implementação e interesse da empresa em adquirir o produto. O evento é realizado no Living Lab MS, de onde quem participa só pode sair duas horas por dia, ou seja, se quiser dormir, tem que ser no espaço disponível na competição.

Os trabalhos da primeira maratona de programação e desenvolvimento com foco em saneamento básico do Brasil começaram na noite de sexta-feira (2) e seguem até às 13h30 deste domingo (4), quando os projetos são apresentados.

Segundo Leandra Costa, organizadora da “hackathon”, mistura das palavras hacker e marathon, são 80 participantes divididos em 18 equipes, que podem ter de três a cinco membros, sendo que obrigatoriamente um especialista em mercado, um engenheiro e um programador. Todos com um objetivo, ajudar a Águas Guariroba a solucionar desafios reais de detecção de vazamentos e comunicação com os clientes.

Dos 18 grupos, nove produzem soluções para detectar vazamentos visíveis e não visíveis, enquanto os outros nove se preocupam em aperfeiçoar o relacionamento da empresa com os consumidores.

“O desafio é fazer funcionar o projeto”, diz o analista de sistemas Joabe Guimaraes Kachorroski, de 27 anos. Sua equipe, o “esquadrão noob”, se propõe a criar uma forma em que o cliente e a empresa estejam em constante comunicação.

“Toda vez que o cliente fizer uma solicitação, gera um ticket em que o consumidor é informado assim que houver alguma novidade no pedido. Isso evita com que ele ligue diversas vezes para a empresa”, explica Joabe sobre ideia do seu time, semelhante a dos serviços de rastreamento de correspondências.

“Não dormi nada, mas estou muito empolgada”, diz Maria Camila Barbosa Farias, estudante de engenharia mecatrônica. (Foto: Alcides Neto)
“Não dormi nada, mas estou muito empolgada”, diz Maria Camila Barbosa Farias, estudante de engenharia mecatrônica. (Foto: Alcides Neto)
Equipe do analista de sistemas Joabe Guimaraes Kachorroski desenvolve projeto para melhorar comunicação com clientes. (Foto: Alcides Neto)
Equipe do analista de sistemas Joabe Guimaraes Kachorroski desenvolve projeto para melhorar comunicação com clientes. (Foto: Alcides Neto)

Enquanto Joabe falava sobre os trabalhos, um mentor auxiliava outro membro do esquadrão noob a resolver um problema. O aplicativo usado por eles teria que usar um serviço que geraria um custo alto para ser colocado em prática. Com seu conhecimento, o tutor apresentava alternativas para este obstáculo.

No total, são 49 profissionais que auxiliam os mini-esquadrões em desafios e percalços que aparecem durante o desenvolvimento dos projetos. Um deles é Wagner Marcelo, coordenador de startups da PUC-SP, que explica o que o projeto deve ter para ser o vencedor.

“Primeiro é avaliado o código do aplicativo; depois, a facilidade de implementação do projeto; na sequência, a relevância do problema, ou seja ele deve solucionar um problema real da empresa; e, por fim, a desejabilidade da solução, que é a o interesse que o projeto vai gerar para a empresa”.

Wagner diz que as hackathons são “tendência” entre as empresas. O que vai ao encontro do que diz o diretor-executivo da Águas Guariroba, Josélio Alves Raymundo. “As empresas costumam procurar a solução dentro de casa para resolver determinado problema, mas quando abrimos para as pessoas que não estão nesse dia-a-dia, temos bastante êxito. Aqui já tem várias idéias, muito boas, super aplicáveis. Tenho certeza que já tivemos muito êxito”.

Alguns competidores salientam que estar na maratona não é importante apenas pelo prêmio, mas também pela interação e oportunidade de aprender algo novo, além de se praticar o que gosta.

“Estou adorando estar aqui por que é uma chance de praticar o que eu amo e quero passar o resto da minha vida fazendo, que é a parte de desenvolvimento”, diz com entusiasmo Maria Camila Barbosa Farias, estudante de engenharia mecatrônica e técnica em automação. Ela compete com “os caça-vazamentos” na busca por soluções para detectar escoamentos subterrâneos.

Segundo os organizadores, a corrida para apresentar o melhor projeto deixou muita gente acordada durante a madrugada, com o cansaço evidente entre os participantes. “Não dormi nada, mas estou muito empolgada”, diz Maria Camila.

Além da experiência, a recompensa para os vencedores é de R$ 10 mil para o primeiro lugar em cada desafio e R$ 3 mil para os segundo colocados. A divulgação dos resultados está marcada para 14h45 deste domingo.

Os que são vencidos pelo cansaço têm que dormir no prédio onde acontecem as competições. (Foto: Alcides Neto)
Os que são vencidos pelo cansaço têm que dormir no prédio onde acontecem as competições. (Foto: Alcides Neto)
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