“O que fizeram com minha filha foi brutal”, diz mãe de servidora morta
Família recebe apoio em meio a notícias sobre o que teria acontecido com servidora que, após morte, teria tido o corpo incinerado
Devastada e recebendo amparo de parentes e amigos, Dija Alves Corrêa Flores, 67, passa por tratamento psicológico para se recuperar do choque com a notícia sobre o assassinato da filha, Nathália Alves Corrêa Baptista, 27, Assassinada em Porto Murtinho – a 431 mil de Campo Grande – o corpo ainda não apareceu. A suspeita é de que ela foi incinerada.
A família, neste momento, junta forças para contar a verdade à filha da vítima, de apenas 6 anos, enquanto ainda recebe informações sobre a brutalidade do crime. “Estou sem chão. O que fizeram com milha filha foi brutal”, afirmou Dija ao Campo Grande News, por telefone, neste sábado (7).
Ao lado dela, é a irmã, a dona de casa Deize Alves Corrêa, 63, quem presta mais informações sobre o insólito caso sob investigação, que teve início como um desaparecimento em meados de julho e evoluiu para um crime que, até aqui, resultou em duas prisões – José Romero, 37, com quem Nathália manteria um relacionamento, e Regiane Marcondes Machado, 33, que seria amante do homem.
Deize afirma que Nathália era servidora municipal em Campo Grande, trabalhando como auxiliar administrativa em uma escola e, antes do desaparecimento, havia apresentado pedido de licença e, na sequência, de férias, para prosseguir tratamento de depressão. Ela escolheu ir a Porto Murtinho, cidade na qual viveu até os 12 anos. “Ela conhecia todo mundo, gostava muito de ir para lá’, contou a tia.
As notícias sobre o passeio, logo, deram lugar à apreensão pelo desaparecimento, em julho. “Até os primeiros 20 dias a gente tinha esperança de encontrar ela viva, mas, depois, os dias foram passando e as chances, diminuindo”, disse Deize, que logo se revolta em relação às informações sobre o assassinato da sobrinha.
“Está muito difícil para a gente. Ninguém merece uma morte tão violenta quanto essa. Esses dois (os suspeitos) são psicopatas afirmou”, revelando, ainda, acreditar haver mais detalhes que ainda não foram relatados.
Passional – Nathália foi vista pela última vez em 15 de julho, ao deixar a casa de uma amiga. Em 19 de agosto, Romero foi preso ao se apresentar à DEH (Delegacia Especializada de Homicídios), tornando-se suspeito diante do fato de ter sido a última pessoa a falar com a servidora por telefone.
Em 23 de agosto, Regiane foi presa e confessou parte do crime –negando o assassinato, mas admitindo ajudar no transporte e destruição do corpo– e deu detalhes sobre o sumiço do cadáver, que teria sido incinerado por horas.
O processo teria sido feito em um imóvel pertencente a um dos suspeitos e, depois, as cinzas teriam sido armazenadas em vasilhames e sacos e lançadas no Rio Paraguai. Isso levou peritos ao local na quinta-feira (5), para realização da perícia conforme a versão da amante.
A terra foi peneirada, levando à localização de fragmentos de ossos que, supostamente seriam humanos. O material será analisado no Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal). As investigações seguem a tese de crime passional.
Testemunhas haviam informado que Regiane teria flagrado Romero com Nathália e enviado a esta mensagens mandando que se afastassem. Em seus depoimentos, o homem negou o crime, atribuindo-o à amante.
Lamentos – Nathália foi morta com um golpe na cabeça, dado com uma barra de ferro, na pousada onde estaria com o amante, e depois teria sido tomado o procedimento para ocultar o cadáver. “Não existe coisa mais triste que isso. Não tem corpo, não tem sangue”, lamentou a tia, apontando, ainda, não existir até o fim das investigações uma confirmação sobre o destino de Nathália. “Foi um crime brutal”, sentenciou.
A família também vem recebendo preparo de especialistas para contarem à filha da vítima sobre o crime. Segundo a tia, a criança chora e pergunta constantemente pela mãe, mas ainda não saberia o que ocorreu. “Ela chora e quer saber quando a mãe vai voltar”. Nathália era filha única de Dija.