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Cidades

Após congelamento por pandemia, mercado registra disparada em aluguéis

Pouca oferta de imóveis e valor de material de construção também impactam o mercado

Thays Schneider | 21/03/2023 17:32
Residência disponível para ser alugada na Travessa do Caribe ( Foto: Juliano Almeida)
Residência disponível para ser alugada na Travessa do Caribe ( Foto: Juliano Almeida)

A pandemia fez com que preços de aluguéis ficassem congelados, já que a economia mundial foi duramente afetada. Em Campo Grande não foi diferente. Desde o ano passado os reajustes voltaram a ser colocados em prática e, nos últimos meses, locatários foram pegos de surpresa com a "disparada" nos valores.

Com o orçamento limitado, a recepcionalista Maria Mendes da Costa, de 37 anos, mora de aluguel com a mãe, de 75 anos. As duas vivem em um apartamento no Bairro Albuquerque há três anos e durante quase todo esse período não houve reajuste.

"Por conta da pandemia, o proprietário manteve o valor do aluguel de R$ 650, mas em janeiro chegou uma notificação de aumento. Confesso que assustei, o valor foi reajustado para R$ 820. São R$ 170 que fazem a diferença para quem sobrevive com um salário mínimo", lamenta.

Casa disponível na Rua Boqueirão para aluguel (Foto: Juliano Almeida)
Casa disponível na Rua Boqueirão para aluguel (Foto: Juliano Almeida)

Profissionais que atuam no mercado imobiliário dizem que, além do fim do congelamento de preços por conta da pandemia, os aumentos também são resultado dos valores de materiais de construção, da pouca oferta de mercado e das taxas elevadas.

A corretora de imóveis Patricie Acunha relata que a mudança nas taxas de juros no financiamento imobiliário influenciaram o mercado e a demanda também. "A procura por aluguéis está super em alta, inclusive, não tenho imóveis suficientes no momento para atender a demanda", diz.

Reforçando o que foi dito por Patricie, o presidente do Sindimoveis (Sindicato dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul), Roberto Borgonha, explica que o cenário tem se mantido assim há meses: "A oferta de imóveis não acompanha a procura. Proprietários de imóveis aproveitam o mês de janeiro para atualizar o valor".

Roberto Borgonha enfatiza que o reajuste é previsto em contrato e deve ser feito sempre que ocorrer o chamado aniversário do aluguel. Se uma pessoa fechou a locação de um imóvel e assinou o contrato em maio de 2022, então o reajuste só pode ser feito no mesmo mês de 2023, ou próximo à data de aniversário.

Segundo dados do Índice FipeZap, o preço médio de locação de casas no Brasil, subiu 16,55% em 2022. O percentual é quase três vezes acima da inflação (5,79%).



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