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Cidades

Após fechar unidade em Coxim, possível saída do MPF da fronteira gera temor

Procuradoria da República suspendeu atendimento presencial em Coxim e, em evento na Capital, saída de Ponta Porã foi cogitada

Humberto Marques e Aline dos Santos | 23/08/2019 19:18
Sede do MPF em Ponta Porã; falta de estrutura e de segurança ameaçam funcionamento do órgão, segundo Karmouche. (Foto: MPF/Divulgação)
Sede do MPF em Ponta Porã; falta de estrutura e de segurança ameaçam funcionamento do órgão, segundo Karmouche. (Foto: MPF/Divulgação)

Após encerrar no início do ano os atendimentos presenciais à população em Coxim –a 260 km de Campo Grande–, o MPF (Ministério Público Federal) estaria ensaiando sua saída de outro município. A diferença desta vez, porém, estaria na motivação da mudança: se o encerramento do atendimento físico no norte do Estado se deu por questões logísticas e de economia interna, o “fechamento” da unidade em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai e distante 329 km da Capital, teria como ingrediente a falta de segurança.

O alerta foi dado na quinta-feira (22) pelo presidente da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil/Seccional de Mato Grosso do Sul) que, na abertura do 2º Fórum Permanente de Segurança na Fronteira, em Campo Grande, demonstrou preocupação com a saída do MPF da região vizinha ao Paraguai –dominada pelo crime organizado e palco de apreensões, disputas entre facções e execuções.

Segundo Karmouche, o MPF teria manifestado a intenção de encerrar as atividades em Ponta Porã, transferindo os atendimentos para Dourados, “por falta de estrutura e de segurança”, o que abriria espaço para as organizações criminosas combatidas pela segurança brasileira.

No início do ano, os atendimentos presenciais do MPF foram suspensos em Coxim, conforme apurou a reportagem, por conta de melhorias na logística e racionalização de recursos. Os serviços foram concentrados em Campo Grande, sendo que demandas seguem atendidas pela internet, por meio do site do órgão.

A reportagem contatou a assessoria da Procuradoria-Geral da República para questionar sobre as informações divulgadas por Karmouche, mas não obteve resposta até a veiculação desta reportagem.

Durante o fórum de segurança na fronteira, também foi abordada a situação da Polícia Federal em Ponta Porã, que convive com uma estrutura física deficitária. Superintendente do órgão no Estado, Cleo Mazzotti informou que a PF conclui projeto-base executivo para lançar licitação, na ordem de R$ 10 milhões, para reforma do prédio ocupado há cerca de 40 anos.

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