Casos de síndrome respiratória seguem em crescimento no Estado, aponta Fiocruz
Quase todos os estados e capitais do País têm risco alto de crescimento nos casos graves de covid ou gripe
Boletim epidemiológico divulgado nesta sexta-feira (21), pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), aponta "sinal forte de crescimento de casos" de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) no Brasil, tanto a longo prazo (nas últimas seis semanas) quanto a curto prazo (últimas três semanas).
Segundo o documento, disponível neste link, Mato Grosso do Sul apresenta alta probabilidade de ter tido crescimento nas últimas seis semanas (acima de 95% de chance). A única unidade federativa com tendência moderada é Rondônia.
O boletim também indica que Teresina (PI) é a única capital em que a chance de ter havido crescimento é moderada (menos que 75% de chance), enquanto que em 24 cidades - incluindo Campo Grande -, o sinal é forte (probabilidade superior a 95%).
No País, a instituição indica que houve cerca de 19,3 mil casos respiratórios graves na segunda semana epidemiológica deste ano, período de 9 a 15 de janeiro, enquanto a primeira semana registrou 15,8 mil. Desta forma, houve crescimento de 23% nas síndromes respiratórias em território brasileiro.
As capitais sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo são Boa Vista (RR), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA).
Ainda assim, a Fiocruz ressalta que a capital fluminense possui sinal de crescimento na tendência de curto prazo (últimas três semanas) e a capital baiana apresenta diferença significativa entre o quadro apresentado pelos dados da capital em relação ao das macrorregiões de saúde do entorno, ou seja, é necessário "cautela em relação aos dados atuais e revisão dos registros para confirmação do cenário".
Em publicação no site oficial de notícias da fundação vinculada ao Ministério da Saúde, o pesquisador e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, ressalta que no Rio, houve demora para atualização de casos de covid.
"Onde houve distância maior entre o início da epidemia de Influenza e a retomada do crescimento da covid-19, que levou a uma oscilação no número de novos casos no mês de dezembro, observa-se que o crescimento da covid-19 já se sobrepõe à queda nos casos associados à gripe, fazendo com que os novos casos de SRAG mantenham sinal de crescimento."
A Fiocruz realiza as análises estatísticas com base nos dados inseridos no Sivep-Gripe (Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe) até 17 de janeiro. "Assim como no caso dos dados estaduais, a imensa maioria das capitais com sinal de crescimento iniciaram esse processo antes da semana 52 de 2021 (26 de dezembro de 2021 1º de janeiro de 2022), de forma que é anterior às festas de final de ano."
Dentre os casos positivos de 2022, maior parte (64,4%) são de covid-19, além de 22,6% de influenza A, 0,2% de influenza B e 3,6% de VSR (vírus sincicial respiratório).