Comissão vai monitorar grávidas do pós-vacinação até o nascimento de bebês
Comissão vai acompanhar até o pós-nascimento e ver se o bebê foi protegido com anticorpos contra a covid
Médicos ginecologistas formaram uma comissão que vai acompanhar as gestantes que tomaram a vacina contra a covid-19 em todo o Estado. Na Capital, profissionais de saúde vem sendo treinados para fazer o monitoramento de perto das grávidas desde o pós-vacinação até o parto e nascimento dos bebês.
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) vai detalhar como vai funcionar o projeto nos próximos dias. A mesma frente de médicas ginecologistas foi que lutou para que as gestantes entrassem no grupo prioritário de vacinação.
Médica ginecologista, Maria Auxiliadora Budib recorda que a solicitação foi feita depois do aumento na taxa de mortalidade das gestantes. "No ano passado, tivemos 16 mortes em 12 meses, este ano, em seis meses, 32, 19 delas por covid, e as que não morreram de covid, tiveram pré-natal com menos qualidade", sustenta Dorinha.
Dentro da vacinação das gestantes, quando liberada, houve a aplicação de Astrazeneca, até haver a recomendação de suspensão por parte da Anvisa, em maio. Na Capital, as grávidas só tomaram a Pfizer.
O acompanhamento das gestantes que tomaram as vacinas será feito 72h após a imunização e depois de 30 dias, tanto da primeira quanto da segunda dose.
Serão acompanhadas as gestantes que foram e que também não foram vacinadas. Entre as imunizadas, a comissão também vai seguir até o pós-nascimento e ver se a criança foi protegida nos primeiros seis meses de vida contra a covid-19.
"É um programa de monitoramento que já tem nos Estados Unidos e na Europa", comenta a médica.
Intercâmbio de vacinas - Nesta semana o Ministério da Saúde publicou nota técnica confirmando a retomada da imunização de gravidas e puérperas no PNI (Plano Nacional de Imunização). A indicação é para aplicar apenas as vacinas das marcas Pfizer e Coronavac.
Em Mato Grosso do Sul, onde 3,5 mil grávidas tomaram a Astrazeneca, a recomendação do Ministério da Saúde era de dar a 2ª dose somente depois do parto.
Na nota técnica, o ministro Marcelo Queiroga afirmou ainda que não deverá ser feito o intercâmbio de vacinas. “É preciso seguir as orientações do PNI. A melhor maneira de ter eficiência na política de vacinação é a discussão ampla na tripartide e apoio da discussão dos especialistas. Pedimos para que os secretários não criem metodologias próprias de vacinação.”