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Cidades

Dengue tipo 3 ressurge após 15 anos no Paraná e MS fica em alerta

Quem não pegou a doença há mais de uma década ainda não tem imunidade contra a cepa

Caroline Maldonado | 19/05/2023 12:14
Mosquito transmissor da dengue (Foto: Arquivo/Agência Brasil)
Mosquito transmissor da dengue (Foto: Arquivo/Agência Brasil)

A dengue tipo 3 ressurgiu após 15 anos sem epidemia da cepa no Brasil e colocou em alerta especialistas de saúde em Mato Grosso do Sul. Isso porque um dos quatro casos foi identificado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em Curitiba, no Paraná, que faz divisa com MS. Como não ocorria há muitos anos, diversas pessoas não têm imunidade contra a cepa.

A gerente de Doenças Endêmicas da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Jéssica Klener, fez o alerta aos gestores dos municípios em reunião da Comissão Intergestores Bipartite, na manhã desta sexta-feira (19), na Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul).

“Faz muito tempo que não temos casos desse tipo e se chegar aqui, teremos epidemia”, comentou Jéssica para alertar os gestores sobre manter com qualidade as estratégias de prevenção.

A situação já preocupa porque como a cepa não tem casos há muitos anos, muitas pessoas não têm os anticorpos para esse tipo do vírus. Os outros três casos da dengue 3 foram constatados em Roraima, na região Norte.

A infecção por um dos tipos gera imunidade contra o mesmo sorotipo. No entanto, é possível contrair dengue novamente caso haja contato com um sorotipo diferente.

Há quatro sorotipos do vírus da dengue, a DENV-1, a DENV-2, a DENV-3 e a DENV-4, conforme o Ministério da Saúde. A última vez que o tipo 3 apresentou casos no Brasil foi no início dos anos 2000.

Em Roraima, os pacientes que se infectaram não tinham histórico de viagem. No Paraná, a doença foi importada, diagnosticada em uma pessoa vinda do Suriname, um pequeno país na costa Nordeste da América do Sul.

 Reunião da Comissão Intergestores Bipartite, na manhã desta sexta-feira (19) na Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul). (Foto: Caroline Maldonado)
 Reunião da Comissão Intergestores Bipartite, na manhã desta sexta-feira (19) na Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul). (Foto: Caroline Maldonado)

Segundo o coordenador estadual de Controle de Vetores da SES, Mauro Lúcio Rosário, os municípios têm feito sua parte. Apesar dos esforços das equipes de saúde, Mauro também alertou para a previsão de aumento de casos dos tipos de dengue que já circulam aqui, no próximo semestre em MS, que já enfrenta epidemia, como é comum no início de ano.

“Alguns da região central estão até com mais de 100% da meta de visitas às residências. Isso é muito importante. Quando alguém recusa a visita está escondendo algo e temos a responsabilidade de nos certificar de que não há mosquito ali”, disse.

Sintomas e tratamento - Os principais sintomas da dengue são febre alta com mais de 38°C; dor no corpo e articulações; dor atrás dos olhos; mal-estar; falta de apetite; dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

O tratamento requer repouso relativo, enquanto durar a febre; estímulo à ingestão de líquidos; administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre; não administração de ácido acetilsalicílico e recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em caso de sinais de alarme.

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