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Cidades

Duas advogadas do "Sintonia dos Gravatas" passam a responder em liberdade

Depois de 75 dias presa, Inaiza Herradon saiu da prisão e Paula Tatiane já estava livre

Lucia Morel | 23/06/2022 16:45
Inaiza e Paula Tatiane em fotos divulgadas por elas nas redes sociais. (Foto: Reprodução)
Inaiza e Paula Tatiane em fotos divulgadas por elas nas redes sociais. (Foto: Reprodução)

Duas advogadas investigadas por envolvimento na facção PCC (Primeiro Comando da Capital), Inaiza Herradon Ferreira e Paula Tatiane Monezzi tiveram liberdade concedida pela Justiça. Elas continuam respondendo a processo, mas agora fora das grades.

Inaiza é defendida pela irmã, Maíze Herradon Ferreira, que falou com o Campo Grande News. Ela afirma que a irmã poderá agora retomar sua vida e provar sua inocência. Livre há três semanas depois de 75 dias de prisão, a advogada acusada de integrar a “Sintonia dos Gravatas” aproveita inclusive para estudar o processo e ajudar na própria defesa.

“Lá dentro (do Presídio Militar) ela não podia fazer muita coisa”, disse Maíze, que contou ainda que entre as alegações para pedido de liberdade foram elencadas a falta de provas e a não necessidade de manutenção de prisão, já que os fatos que culminaram na investigação são de julho de 2021, além de Inaiza ser ré primária e ter endereço fixo.

Conforme a defesa, dois são os principais questionamentos em relação às acusações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado): quanto à lista de armas anotadas em papel encontrada em sua casa e que o Gaeco afirma que foram ditadas pelo PCC e o suposto envolvimento de Inaiza em ser “pombo-correio” para troca de mensagens sobre atentados contra autoridades.

Fachado do Presídio Militar, onde advogadas ficaram presas. (Foto: Kísie Ainoã)
Fachado do Presídio Militar, onde advogadas ficaram presas. (Foto: Kísie Ainoã)

Como já dito em outras ocasiões, o tal bilhete com lista de armas faz parte de estudo de processo da advogada, que costuma fazer anotações de detalhes dos casos. Tal lista em questão, aparece em relato da 14ª Promotoria de Justiça de Campo Grande em procedimento criminal de clientes de Inaiza.

Com print da página, a defesa afirma que “A[aqui está a mesma relação, inclusive na mesma sequência em um processo do próprio Ministério Público Estadual, sendo que as armas foram apreendidas em junho de 2017”.

Na ocasião, a advogada estaria “estudando a possibilidade de aplicação do Decreto n. 9.785/19, em que houve a desclassificação de muitas armas que antes eram de uso proibido e agora passaram a ser restrito ou que eram restrito e passaram a ser permitido”.

Além disso, alega que a advogada – acusada de intermediar mensagens entre membros da facção – não cumpriu seu papel de mensageira nesse caso, já que o bilhete foi encontrado em sua casa. “A defesa tem provas materiais da inocência de Inaiza, como a própria relação de armas que acusaram por muito tempo como sendo ditada pelo PCC e está provado que não é”, sustenta Maíze.

Por fim, defende que “Inaiza sempre pautou seus mais de 18 anos voltados à advocacia criminal na honestidade e verdade do seu trabalho, jamais teve vínculo com organização criminosa, atuando diretamente na defesa processual dos direitos de seus clientes”.

A reportagem tentou contato com a advogada Paula Tatiane, que também teve liberdade concedida, mas não houve retorno. Ela está solta há mais tempo que Inaiza.

Outros dois advogados presos na operação - Bruno Ghizzi e Thais de Oliveira Caciano -permanecem presos.

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