ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 34º

Cidades

Em 2 anos, renda média da população de MS cai 9,9%, aponta IBGE

Levantamento é referente a números obtidos em 2021 nos domicílios brasileiros

Liana Feitosa | 10/06/2022 13:35
Moradora do bairro Dom Antônio Barbosa diante de geladeria vazia. (Foto: Henrique Kawaminami)
Moradora do bairro Dom Antônio Barbosa diante de geladeria vazia. (Foto: Henrique Kawaminami)

De 2019 a 2021, renda média real da população de Mato Grosso do Sul caiu quase 10%, de acordo com a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada nesta sexta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Há 2 anos, o rendimento médio do cidadão de MS era de R$ 2.663,00 e, em 2021, reduziu para R$ R$ 2.398,00. Se a comparação de renda média foi entre 2016 e 2021, percebe-se que o rendimento médio real do sul-mato-grossense caiu 2,7%, de R$ 2.464,00 para R$ 2.398,00.

Mais ricos - Em relação à população mais rica, o rendimento médio mensal real do 1% das pessoas com maiores rendimentos no Estado era de R$ 26.995,00 em 2021, o que corresponde a 57,6 vezes o rendimento dos 10% da população com os menores rendimentos, cuja renda era de R$ 468,20 no ano passado.

Se compararmos o rendimento do 1% da população com maior renda, esse valor é 17,9 vezes superior à renda dos 50% da população com os menores rendimentos, cuja média era de R$ 1.502,20 em 2021.

Diminuição de renda - A redução do poder de compra da dona de casa Alessandra Moraes Alexandre, de 28 anos, fez com que a família dela precisasse trocar o padrão alimentar para que a lista do mercado coubesse no bolso. Ela não compra mais carne vermelha, que foi substituída por frango, ovo, salsicha, pelanquinha e couro.

 “A renda do meu marido é de um salário mínimo e sobra R$ 300 para fazer compra. Fico revezando o gás com o fogão a lenha. A situação é complicada por causa do presidente, eu acho que a culpa é dele. Antes, as coisas eram mais baratas”, conta Alessandra. Ela e o marido dividem uma casa popular no Bairro Dom Antônio Barbosa com três crianças, de 12, 9 e 4 anos.

Transferência de renda - O rendimento médio mensal domiciliar per capita dos beneficiários do Programa Bolsa Família em Mato Grosso do Sul também reduziu, 10,7%, em relação a 2012, ano em que esse rendimento era de R$ 541,00. Em 2021, a renda foi de R$ 483,00.

Apesar da diminuição na renda, Mato Grosso do Sul tem o 8º menor índice de beneficiários do Bolsa Família, com 4,9% dos domicílios recebendo o benefício. Entre os estados brasileiros, o estado que tem o maior índice de pessoas beneficiadas pelo programa é o Piauí (25,8%) e, o menor, Santa Catarina (1,9%).

O rendimento médio mensal domiciliar per capita das famílias não beneficiárias do Bolsa Família também caiu em 2021. No ano passado, a renda era de R$ 1.503,00, menor valor da série desde 2012, quando a renda era de R$ 1.589,00.

A queda é ainda maior quando comparamos 2019 com 2021. Há 2 anos, a renda era de R$ 1.822,00, maior valor da série. A redução representa queda de 17,5% em relação ao ano passado.

Emprego - Apesar da redução na renda dos sul-mato-grossenses, o levantamento aponta que MS alcançou 1,25 milhão de pessoas ocupadas em 2021. Na comparação com de 2020, esse número representa um crescimento de 2,62%.

Indicadores sociais - Ainda de acordo com a pesquisa, foram contabilizados 729 mil homens (58,2%) na população do Estado e 524 mil mulheres (41,8%). Em relação à identificação racial, 537 mil moradores de MS se declararam da cor branca (42,9%), 96 mil pretos (7,7%) e 602 mil pardos (48,1%) entre a população ocupada e com rendimento no Estado em 2021.

Por nível de instrução, em 2021 havia 1,5% da população (19 mil pessoas) sem instrução, 22,7% (284 mil) com ensino fundamental incompleto ou equivalente, 8,7% (110 mil) com ensino fundamental completo ou equivalente, 7,6% (95 mil) com ensino médio incompleto ou equivalente, 28,8% (361 mil) com ensino completo ou equivalente, 7,8% (97 mil) com ensino superior incompleto ou equivalente e 22,9% (286 mil) com superior completo.

Nos siga no Google Notícias