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Cidades

Em campanha de vacinação, Mandetta pede denúncia de negligência dos pais

Ministro esteve em Campo Grande para campanha de vacinação contra sarampo; em MS, serão 175 mil doses de reforço

Silvia Frias e Clayton Neves | 07/10/2019 09:39
Ministro Luiz Henrique Mandetta e o pai, Hélio Mandetta, durante lançamento da campanha de vacinação (Foto: Henrique Kawaminami)
Ministro Luiz Henrique Mandetta e o pai, Hélio Mandetta, durante lançamento da campanha de vacinação (Foto: Henrique Kawaminami)

O Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, recomendou aos conselheiros tutelares que averiguem as carteiras de vacinação das crianças e, caso não encontrem apontamento correto de imunização, que denunciem a situação, por ser considerada negligência ou violência contra a criança.

“Vacina é direito da criança e ela não tem condições de ir ao posto ou solicitar a vacina”, disse Mandetta, durante lançamento da campanha nacional de vacinação contra sarampo, em Campo Grande.

Em Mato Grosso do Sul, serão 175 mil doses de reforço, com meta de vacinar 95% das duas fases do público-alvo.
Mandetta criticou pais que não são adeptos à vacinação, os “antivacinas” que acreditam que as doses são mais prejudiciais que benéficas. “A corrente da ignorância atravessa as mídias sociais, é tema pacificado pelo Judiciário, os pais que não vacinarem vão responder penalmente pelo dano”, avisou.

Campanha - a primeira etapa de imunização contra a doença começa hoje e vai até 25 de outubro, com meta de atingir crianças de seis meses a cinco anos de idade. O “Dia D” foi marcado para dia 19 de outubro.

A faixa etária de seis meses a um ano, segundo o ministro, entrou na campanha por conta da situação emergencial, sendo necessária a “dose zero”, que não entra na validação de rotina.

Na faixa adulta, a preocupação são as mulheres que se vacinaram há 20 anos e, hoje, não teriam anticorpos para os filhos. A segunda etapa, de 18 a 30 de novembro, irá imunizar adultos na faixa de 20 a 29 anos de idade, com “Dia D” no dia 30.

Mesmo sem casos de morte e poucos registros da doença, Mato Grosso do Sul entra na campanha para que a imunização seja linear no Brasil. Isso se deve ao aumento dos casos, principalmente em São Paulo, onde há grande circulação do vírus e o intenso trânsito de pessoas indo e vindo, fazendo com que os casos circulem pelo país.

Boletim do ministério divulgado em setembro mostra que a maior parte dos casos, 97,5%, permanece concentrada em 153 municípios de São Paulo, principalmente na região metropolitana. São 20.485 casos em investigação e 4.134 que foram descartados. Permanece o registro de quatro óbitos em todo o país.

Os casos confirmados nesse período representam 87% do total no ano de 2019. A maioria dos registros está em São Paulo (3.807), seguido do Rio de Janeiro (19), Pernambuco (15), Minas Gerais (13), Santa Catarina (12), Paraná (9), Rio Grande do Sul (7), Maranhão (4), Goiás (4), Rio Grande do Norte (4), Distrito Federal (3), Pará (2), Mato Grosso do Sul (2), Piauí (2), Espírito Santo (1), Bahia (1) e Sergipe (1).

Incentivo – O Ministério da Saúde irá conceder incentivo aos municípios que se aproximarem ou ultrapassarem a meta de vacinação. Serão R$ 206 milhões em aporte a ser pago, em parcela única. Para Mato Grosso do Sul, são R$ 2,682 milhões.

O pagamento depende do alcance da meta. As cidades que ficarem de 90% a 95% vão ganhar 50% por R$ 1 de habitante. As cidades que fizerem de 95% a 99,9% ganham 100% de incentivo.

Por exemplo, município com 1 milhão de habitantes que alcançar 95% de imunização, ganham R$ 500 mil de incentivo. Para as que ultrapassarem o índice em relação às crianças, além desse aporte, haverá um bônus, ainda não definido.

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