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Cidades

Fumaça da Amazônia e Pantanal começa a chegar a cidades do Sudeste e Sul do País

André Borges | 11/09/2020 12:51
Nuvens de fumaça, provocadas por incêndios no Pantanal, afeta comunidades de outras regiões do País. . (Foto: Corpo de Bombeiros)
Nuvens de fumaça, provocadas por incêndios no Pantanal, afeta comunidades de outras regiões do País. . (Foto: Corpo de Bombeiros)

As queimadas que avançam descontroladamente sobre a Amazônia e o Pantanal já se alastram sobre os países vizinhos do Brasil e alcançam municípios das regiões Sudeste e Sul do País, em rotas de mais de 3 mil quilômetros de extensão. As imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram uma imensa mancha branca de fumaça encobrindo a região sul do Amazonas, seguindo por Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, rumo aos Estados de São Paulo e Paraná.

Segundo a Metsul, imagens de satélite mostram um denso corredor de fumaça que avança da região da Amazônia até o Rio Grande do Sul. Mas o instituto de meteorologia enfatiza que essa fumaça que tem origem nos focos de queimadas está avançando "primariamente em altitude e não perto da superfície". Isso significa que no momento as pessoas poderão ver uma mudança na coloração do céu por causa disso, mas os índices de qualidade do ar não serão afetados por isso.

Até quinta-feira, 10, os focos de incêndio no bioma Amazônia chegavam a 13.810 ocorrências, o equivalente a 70% do volume verificado nos 30 dias de setembro de 2019. No caso do Pantanal, em apenas dez dias de setembro foram contabilizados 2.550 focos de queimadas, 88% do volume registrado durante todo o mês de 2019.

Os dados mostram que, a despeito de o governo anunciar esforços de combate aos crimes ambientais, com a entrada dos militares nas operações, este ano caminha para ser o mais devastador em relação a registros de incêndios e danos causados pelo fogo, superando os índices do ano passado.

Como mostrou reportagem do Estadão na terça-feira, 8, o número de focos de incêndio registrado no Pantanal entre janeiro e agosto deste ano equivale a tudo o que queimou no bioma nos seis anos anteriores, de 2014 a 2019.

Os dados do Inpe revelam que, entre 1º de janeiro e 31 de agosto, foram registrados pelos satélites do Instituto um total de 10.153 focos de incêndio no Pantanal, bioma que soma 150 mil quilômetros quadrados, localizados nos Estados do Mato Grosso (35%) e Mato Grosso do Sul (65%). O número de focos supera os 10 048 pontos de queimadas contabilizados pelo Inpe entre 2014 e 2019.

Se comparado com o ano passado, o número deste ano é três vezes superior aos 3.165 focos de incêndio verificados entre janeiro e agosto de 2019. Em relação aos 603 focos confirmados em 2018, o cenário deste ano representa uma alta de 1.700%.

No último dia 31 de agosto, uma densa fumaça ocasionada por incêndios florestais encobriu a cidade de Cuiabá. A fumaça foi proveniente de queimadas que ocorrem em regiões próximas, como Chapada dos Guimarães, Barão de Melgaço, Poconé e Santo Antônio.

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