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Cidades

Interrogado em Campo Grande, Adélio recusa delação premiada

Em depoimento hoje, Adélio Bispo recusou delação dizendo que não tinha nada acrescentar sobre esfaquemento de Jair Bolsonaro

Silvia Frias | 01/11/2019 12:39
Adélio Bispo de Oliveira, durante audiência de custódia em 2018 (Foto: Reprodução)
Adélio Bispo de Oliveira, durante audiência de custódia em 2018 (Foto: Reprodução)

Adélio Bispo de Oliveira, preso por esfaquear Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha eleitoral de 2018, prestou depoimento hoje à Polícia Federal e se recusou a fechar acordo de delação premiada porque não tinha nada a falar além do que relatou. Ele foi ouvido na Penitenciária Federal de Campo Grande.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Adélio foi interrogado pelo delegado Rodrigo Morais, da superintendência da PF em Belo Horizonte. Ele é responsável pelo inquérito que apura existência de comparsas ou mandantes do ataque ocorrido em Juiz de Fora (MG).

Ao fim do interrogatório, foi oferecida a chance de falar em acordo de colaboração premiada, mas Adélio rejeitou a hipótese. Ele disse manteve a versão que agiu sozinho e negou que atentado tenha sido encomendado.

Além de Adélio, o delegado também ouviu outro interno, que disse ter ouvido o esfaqueador confessar que teria conexões com facção criminosa e com políticos. O preso é o iraniano Farhad Marvizi, que enviou carta a Bolsonaro, narrando ter dados que poderiam esclarecer o episódio. Esse relato não teria sido de conhecimento dos investigadores
Marvizi disse que teria ouvido os detalhes do próprio Adélio, quando estiveram juntos na ala médica da penitenciária.

 iraniano disse que teria sido prometido R$ 500 mil ao esfaqueador para matar o então candidato, mas não teria dito o nome do mandante.

Conforme reportagem da Folha, o iraniano é visto como pessoa que sempre busca estratégia para conseguir liberdade ou redução de pena.

Adélio negou que tivesse feito qualquer confissão ao iraniano e manteve a versão de que não teve ajuda no atentado. Na avaliação da PF, as declarações só ajudaram a descartar a carta enviada a Bolsonaro como fonte de pistas.

O esfaqueador recebeu da Justiça a chamada absolvição imprópria. Ele é comprovadamente autor do crime, mas não pode ser responsabilizado penalmente, já que foi declarado inimputável por ter doença mental. O juiz Bruno Savino, da 3º Vara da Justiça Federal em Juiz de Fora, determinou que Adélio cumpra medida de segurança por tempo indeterminado.

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