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Cidades

Justiça vai a mansão de "Fuad" e ouve que está em "lugar incerto e não sabido"

Fahd Jamil é apontado como líder de organização criminosa junto com o filho, Flavinho, que também está sumido

Marta Ferreira | 11/11/2020 17:49
Mansão de Fahd Jamil em Ponta Porã, onde Justiça tentou intimá-lo e foi informada que está sumido por um sobrinho. (Foto: Reprodução Google Maps)
Mansão de Fahd Jamil em Ponta Porã, onde Justiça tentou intimá-lo e foi informada que está sumido por um sobrinho. (Foto: Reprodução Google Maps)

Com ordem de prisão desde o dia 18 de junho, ou seja, há quase cinco meses, o homem que durante décadas foi conhecido como o “Rei da Fronteira” está em “lugar incerto e não sabido”, segundo declaração dada à Justiça de Mato Grosso do Sul nesta semana. Durante tentativa de intimar Fahd Jamil, 79 anos, em ação penal da qual é réu, foi essa a informação dada na mansão da Vila Militar, famosa por ser réplica da casa de outro rei, o do rock, Elvis Presley .

Identificado como sobrinho de Fahd Jamil e atual morador na casa, homem chamado Arnaldo Escobar deu a declaração ao oficial de justiça na segunda-feira (9), conforme documento anexado em ação derivada da fase 3 da Operação Omertà, a Armagedon, deflagrada em junho contra “Fuad”, outro apelido do empresário de Ponta Porã, e mais 19 pessoas.

Nesse processo, a acusação é de crimes contra o sistema nacional de armas, em resumo a compra e venda ilegal de armamentos para uso em execuções atribuídas a milícias armadas atuantes em Campo Grande e na cidade fronteiriça ao Paraguai.  O Operação Omertà começou em setembro do ano passado, quando Jamil Name e o filho, Jamilzinho, foram presos por liderar organização criminosa em Campo Grande. Em junho deste ano, na terceira fase, as apurações atingiram Fahd Jamil, acusado de ser o chefe de grupo criminoso em Ponta Porã.

As duas organizaões atuariam como um consórcio do crime.

Flavio Georges Jamil, o “Flavinho”, filho de Fuad, também está foragido. Houve tentativa de intimá-lo no mesmo dia, no Centro de Ponta Porã, mas no endereço dele, o imóvel estava fechado.

A informação obtida pela reportagem junto ao juiz da 1ª Vara Criminal Roberto Ferreira Filho, responsável pelo processo, é de que essa citação obedece às regras legais,  mas mesmo sem localizar os réus é possível prosseguir com a ação penal.

Como pai e filho tem advogado constituído, a intimação pode ser através deles. Também poderia ser feita por meio de edital.

Em último caso, se não houvesse advogado constituída, poderia ser nomeado um defensor público para dar continuidade ao processo.

Flavio Georges Jamil, à esquerda, e o pai, Fahd Jamil, ambos foragidos da Justiça de Mato Grosso do Sul. (Foto: Arquivo)
Flavio Georges Jamil, à esquerda, e o pai, Fahd Jamil, ambos foragidos da Justiça de Mato Grosso do Sul. (Foto: Arquivo)

Outras ações – Como resultado da Omertà, Fahd Jamil e o filho são réus em mais dois processos, um deles por corromper agentes de segurança, dentre eles o delegado de Polícia Civil Márcio Shiro Obara, que ficou preso até agosto e agora está usando tornozeleira eletrônica.

A outra ação criminal é pela execução do chefe de segurança da Assembleia Legislativa, o policial militar Ilson Martins Figueiredo, ocorrida em junho de 2018.

Nesse caso específico, os advogados de Fahd se manifestaram só para pedir  acesso ao conteúdo das investigações.

A banca, que tem vários advogados sob liderança do criminalista Gustavo Badaró, de São Paulo, também fez pedido da derrubar a ordem de prisão contra o “Rei da Fronteira” tanto no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) quanto no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Nos dois lugares, foi mantida a decisão judicial de primeiro grau mandando prender Fahd Jamil e o filho Flavinho.

A suspeita é que ele diante disso, ele tenha fugido pelo Paraguai. Pode ter se abrigado, conforme as suspeitas, até em países de outro continente, para escapar das autoridades brasileiras.

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