MS tem o 2º maior percentual de moradores de favelas em áreas arborizadas
Estudo revela que arborização não melhora a qualidade de vida de quem mora em barracos, mas se torna ameaça
Nesta sexta-feira (5), o IBGE divulgou um estudo que coloca Mato Grosso do Sul como o segundo estado brasileiro com o maior percentual de moradores de favelas e comunidades vivendo em áreas arborizadas. De acordo com os dados, 76,9% dos moradores dessas localidades no estado, um total de 12.512 pessoas, residem próximos a áreas arborizadas.
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O estudo também destacou que, entre os estados, apenas o Tocantins possui um índice superior, com 80,1%. Embora a arborização nas cidades seja, em geral, associada à melhoria da qualidade de vida, o levantamento não deixa de revelar uma realidade paradoxal para quem vive em áreas mais vulneráveis.
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Na prática, para as famílias que residem em barracos nas regiões arborizadas, a convivência com as árvores tem se mostrado uma constante ameaça. Os moradores da Comunidade Cidade dos Anjos, no Bairro Parque Lageado, em Campo Grande, exemplificam a situação descrita no estudo.
A cada temporada de chuvas, o medo da queda de árvores plantadas nas vias públicas toma conta das famílias, que convivem com a angústia de ver a segurança de suas casas comprometida a cada ventania mais forte.
As histórias de Beatriz Martins dos Santos, Tarsilla Eimori e Gleiciane Garrido são apenas algumas das muitas vividas por quem mora em barracos em áreas arborizadas, como o estudo do IBGE aponta. No verão, uma árvore caiu sobre um dos barracos, forçando as famílias a se abrigarem em casas de amigos e parentes, enquanto o medo de novos acidentes continua a assolar a comunidade. "A cada ventinho, é um desespero", relatou Tarsilla ao Campo Grande News na época.
Apesar de a presença das árvores melhorar os índices de arborização no estado, para essas famílias, a falta de manutenção e a ausência de medidas preventivas são fatores que aumentam o risco a cada nova chuva. De acordo com Gleiciane, “No ano passado, precisei colocar meus filhos dentro do guarda-roupa para protegê-los. O medo é sempre o mesmo e a sensação de abandono também.”
O estudo do IBGE destaca que, apesar do alto índice de arborização nas favelas e comunidades de MS, o percentual de arborização nessas áreas continua sendo inferior ao das regiões mais estruturadas das cidades.
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