SES alerta para riscos do câncer de pele em período de maior incidência solar
Em campanha, secretaria reforça cuidados com proteção solar e alerta para riscos do bronzeamento artificial
Com a chegada do verão e o aumento da incidência solar, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) reforçou, em nota publicada nesta quinta-feira (26), a necessidade de a população de Mato Grosso do Sul redobrar os cuidados com a pele durante o mês de dezembro, período marcado por maior exposição aos raios solares, e orienta que seja evitado o bronzeamento artificial.
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Dados da SES mostram que, na campanha do ano passado, foram realizados atendimentos a cerca de 18 mil pessoas e indicam que os hábitos de exposição ao sol continuam sendo motivo de alerta. Do total de atendidos, 62,51% relataram se expor ao sol sem qualquer tipo de proteção, enquanto apenas 31,63% afirmaram usar protetor solar de forma regular, o que evidencia a necessidade de ampliar ações educativas e preventivas.
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Maior órgão do corpo humano, a pele funciona como uma barreira essencial contra agentes externos, mas também é uma das estruturas mais vulneráveis aos efeitos nocivos da radiação solar.
Diante disso, a SES aponta que especialistas recomendam evitar a exposição direta ao sol entre 10h e 16h, especialmente no verão, além do uso regular de protetor solar e de barreiras físicas, como chapéus e roupas adequadas.
A pasta também alerta que, nesse período, a busca pelo bronzeado se intensifica e aumentam os riscos de danos cumulativos, que podem resultar em envelhecimento precoce e câncer de pele, que, inclusive, é o tipo mais comum da doença no Brasil.
Nesse contexto, o Dezembro Laranja reforça a importância da prevenção e chama atenção para o fato de que, além dos cuidados com a exposição ao sol, o uso de equipamentos de bronzeamento artificial é proibido no país devido aos graves riscos à saúde. A radiação ultravioleta (UV), emitida tanto pelo sol quanto por máquinas artificiais, é classificada como carcinogênica.
De acordo com o Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), o verão teve início em 21 de dezembro no Hemisfério Sul e segue até 20 de março de 2026.
O órgão explica que, em razão do movimento natural do globo terrestre, há maior incidência de raios solares nessa região durante o período, o que eleva as temperaturas e favorece o aumento da evaporação e da umidade disponível na atmosfera. Além disso, os dias tornam-se mais longos do que as noites em função da maior radiação solar.
Combate e prevenção – Como parte da estratégia de prevenção, a SES mantém, ao longo de todo o ano, ações contínuas de orientação e fiscalização em Mato Grosso do Sul, por meio da CVISA (Coordenadoria de Vigilância Sanitária). O objetivo é coibir o uso clandestino de máquinas de bronzeamento artificial e proteger a população da exposição à radiação UV.
No caso do bronzeamento artificial, os riscos são ainda maiores, razão pela qual a prática é proibida no Brasil desde 2009, conforme a Resolução nº 56/2009 da Diretoria Colegiada da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A norma federal veda, em todo o território nacional, a fabricação, importação, comercialização e o uso de equipamentos de bronzeamento artificial baseados na emissão de radiação ultravioleta para fins estéticos. A proibição se fundamenta em evidências científicas que associam essas máquinas ao aumento do risco de câncer de pele, especialmente o melanoma, além do envelhecimento precoce. Por se tratar de uma determinação federal, a resolução se sobrepõe a eventuais leis estaduais ou municipais.
Apesar da proibição, o uso clandestino desses equipamentos ainda ocorre. Segundo o fiscal de Vigilância Sanitária da SES e responsável pelo apoio técnico e pela coordenação das ações nos municípios, Matheus Moreira Pirolo, diversas fiscalizações foram realizadas nos últimos meses para enfrentar a prática ilegal.
“A atuação da Vigilância Sanitária tem caráter permanente e preventivo. Nosso foco é proteger a população dos riscos comprovados à saúde associados à radiação ultravioleta artificial, que é reconhecidamente carcinogênica. Além de ilegal, o uso dessas máquinas expõe as pessoas a um risco desnecessário de câncer de pele, especialmente o melanoma”, destaca Pirolo.
Como resultado das ações, máquinas de bronzeamento artificial foram interditadas ou apreendidas em municípios como Inocência, Paranaíba, Bonito, Nova Alvorada do Sul, Cassilândia, Ponta Porã, Brasilândia e Dois Irmãos do Buriti, entre outros.
Além da fiscalização, pareceres técnicos da CVISA têm subsidiado decisões administrativas e judiciais. Em Bodoquena, por exemplo, o Poder Judiciário negou liminar a uma proprietária de estabelecimento de estética que pretendia oferecer o serviço de bronzeamento artificial, com base em fundamentos técnicos que apontam a ilegalidade e os riscos da prática.
Segundo Matheus, três municípios do interior chegaram a discutir projetos de lei para permitir o uso desses equipamentos, mas as propostas não avançaram após a atuação das Vigilâncias Sanitárias locais, apoiadas por pareceres técnicos da CVISA, que ressaltaram que normas municipais não podem contrariar a resolução da Anvisa.
A população pode colaborar denunciando o uso clandestino de máquinas de bronzeamento artificial pelo telefone 0800 642 9782 ou pelo e-mail cvisa@saude.ms.gov.br
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