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Cidades

SES alerta para riscos do câncer de pele em período de maior incidência solar

Em campanha, secretaria reforça cuidados com proteção solar e alerta para riscos do bronzeamento artificial

Por Mylena Fraiha | 27/12/2025 13:14
SES alerta para riscos do câncer de pele em período de maior incidência solar
Moradores de Campo Grande curtem fim de tarde na orla próxima ao Aeroporto (Foto: Saul Schramm).

Com a chegada do verão e o aumento da incidência solar, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) reforçou, em nota publicada nesta quinta-feira (26), a necessidade de a população de Mato Grosso do Sul redobrar os cuidados com a pele durante o mês de dezembro, período marcado por maior exposição aos raios solares, e orienta que seja evitado o bronzeamento artificial.

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A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul reforça alertas sobre os cuidados com a exposição solar durante o verão. Dados da SES revelam que 62,51% das pessoas atendidas em campanhas se expõem ao sol sem proteção, enquanto apenas 31,63% utilizam protetor solar regularmente.A pasta também alerta sobre os riscos do bronzeamento artificial, prática proibida no Brasil desde 2009. Em ações recentes, equipamentos foram apreendidos em diversos municípios do estado, como Inocência, Paranaíba e Bonito. Especialistas recomendam evitar exposição solar entre 10h e 16h e usar proteção adequada.

Dados da SES mostram que, na campanha do ano passado, foram realizados atendimentos a cerca de 18 mil pessoas e indicam que os hábitos de exposição ao sol continuam sendo motivo de alerta. Do total de atendidos, 62,51% relataram se expor ao sol sem qualquer tipo de proteção, enquanto apenas 31,63% afirmaram usar protetor solar de forma regular, o que evidencia a necessidade de ampliar ações educativas e preventivas.

Maior órgão do corpo humano, a pele funciona como uma barreira essencial contra agentes externos, mas também é uma das estruturas mais vulneráveis aos efeitos nocivos da radiação solar.

Diante disso, a SES aponta que especialistas recomendam evitar a exposição direta ao sol entre 10h e 16h, especialmente no verão, além do uso regular de protetor solar e de barreiras físicas, como chapéus e roupas adequadas.

A pasta também alerta que, nesse período, a busca pelo bronzeado se intensifica e aumentam os riscos de danos cumulativos, que podem resultar em envelhecimento precoce e câncer de pele, que, inclusive, é o tipo mais comum da doença no Brasil.

Nesse contexto, o Dezembro Laranja reforça a importância da prevenção e chama atenção para o fato de que, além dos cuidados com a exposição ao sol, o uso de equipamentos de bronzeamento artificial é proibido no país devido aos graves riscos à saúde. A radiação ultravioleta (UV), emitida tanto pelo sol quanto por máquinas artificiais, é classificada como carcinogênica.

De acordo com o Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), o verão teve início em 21 de dezembro no Hemisfério Sul e segue até 20 de março de 2026.

O órgão explica que, em razão do movimento natural do globo terrestre, há maior incidência de raios solares nessa região durante o período, o que eleva as temperaturas e favorece o aumento da evaporação e da umidade disponível na atmosfera. Além disso, os dias tornam-se mais longos do que as noites em função da maior radiação solar.

Combate e prevenção – Como parte da estratégia de prevenção, a SES mantém, ao longo de todo o ano, ações contínuas de orientação e fiscalização em Mato Grosso do Sul, por meio da CVISA (Coordenadoria de Vigilância Sanitária). O objetivo é coibir o uso clandestino de máquinas de bronzeamento artificial e proteger a população da exposição à radiação UV.

No caso do bronzeamento artificial, os riscos são ainda maiores, razão pela qual a prática é proibida no Brasil desde 2009, conforme a Resolução nº 56/2009 da Diretoria Colegiada da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A norma federal veda, em todo o território nacional, a fabricação, importação, comercialização e o uso de equipamentos de bronzeamento artificial baseados na emissão de radiação ultravioleta para fins estéticos. A proibição se fundamenta em evidências científicas que associam essas máquinas ao aumento do risco de câncer de pele, especialmente o melanoma, além do envelhecimento precoce. Por se tratar de uma determinação federal, a resolução se sobrepõe a eventuais leis estaduais ou municipais.

Apesar da proibição, o uso clandestino desses equipamentos ainda ocorre. Segundo o fiscal de Vigilância Sanitária da SES e responsável pelo apoio técnico e pela coordenação das ações nos municípios, Matheus Moreira Pirolo, diversas fiscalizações foram realizadas nos últimos meses para enfrentar a prática ilegal.

“A atuação da Vigilância Sanitária tem caráter permanente e preventivo. Nosso foco é proteger a população dos riscos comprovados à saúde associados à radiação ultravioleta artificial, que é reconhecidamente carcinogênica. Além de ilegal, o uso dessas máquinas expõe as pessoas a um risco desnecessário de câncer de pele, especialmente o melanoma”, destaca Pirolo.

Como resultado das ações, máquinas de bronzeamento artificial foram interditadas ou apreendidas em municípios como Inocência, Paranaíba, Bonito, Nova Alvorada do Sul, Cassilândia, Ponta Porã, Brasilândia e Dois Irmãos do Buriti, entre outros.

Além da fiscalização, pareceres técnicos da CVISA têm subsidiado decisões administrativas e judiciais. Em Bodoquena, por exemplo, o Poder Judiciário negou liminar a uma proprietária de estabelecimento de estética que pretendia oferecer o serviço de bronzeamento artificial, com base em fundamentos técnicos que apontam a ilegalidade e os riscos da prática.

Segundo Matheus, três municípios do interior chegaram a discutir projetos de lei para permitir o uso desses equipamentos, mas as propostas não avançaram após a atuação das Vigilâncias Sanitárias locais, apoiadas por pareceres técnicos da CVISA, que ressaltaram que normas municipais não podem contrariar a resolução da Anvisa.

A população pode colaborar denunciando o uso clandestino de máquinas de bronzeamento artificial pelo telefone 0800 642 9782 ou pelo e-mail cvisa@saude.ms.gov.br

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