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Cidades

Sobre diálogos vazados, defesa de Bumlai diz que só se manifesta na Justiça

Advogado diz que tomou conhecimento do conteúdo divulgado pela Revista Veja, mas que não ia se pronunciar

Anahi Zurutuza | 05/07/2019 14:06
O pecuarista José Carlos Bumlai na saída da sede da Justiça Federal, onde participou de acareação com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, por videoconferência, no processo da Operação Lava Jato em junho de 2016 (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
O pecuarista José Carlos Bumlai na saída da sede da Justiça Federal, onde participou de acareação com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, por videoconferência, no processo da Operação Lava Jato em junho de 2016 (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

A defesa de José Carlos Bumlai só vai se manifestar, se for o caso, sobre os diálogos vazados que indicam que o ex-juiz federal Sergio Moro “escolheu a data” para prender o pecuarista de Mato Grosso do Sul, na ação judicial.

Conrado de Almeida Prado, do escritório Malheiros Filho, Meggiolaro e Prado Advogados, disse ao Campo Grande News que a defesa já tomou conhecimento do conteúdo divulgado pela Revista Veja nesta sexta-feira (5), mas que não ia se pronunciar a respeito. “Todos os questionamentos, a defesa deixa para fazer nos autos do processo”.

As conversas mantidas pelo então magistrado com a equipe da força-tarefa da Lava Jato começaram a ser divulgadas pelo site The Intercept no dia 9 de junho, mas nenhuma investigação ou atitude oficial tiveram efeito prático em processos da Lava Jato. Há juristas que entendem que o conteúdo da troca de mensagens podem resultar em anulação de decisões e condenações que foram consequência da operação.

Condenação - Bumlai, que é amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi acusado de ser “laranja” do PT. O pecuarista foi sentenciado pelos crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira e corrupção porque, conforme a acusação, em 2004, teria intermediado um empréstimo de R$ 12 milhões do banco Schain em nome do Partido dos Trabalhadores.

O caso foi julgado na primeira instância por Sergio Moro em 15 de setembro de 2016. Bumlai recorreu em liberdade até que em 16 de maio deste ano, o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) determinou que ele começasse a cumprir a pena de 9 anos e 10 meses.

A prisão é domiciliar. Aos 74 anos, Bumlai vive em apartamento em São Paulo (SP), onde trata um câncer na bexiga. O produtor rural também é cardiopata.

Prisão e conversas vazadas – Bumlai foi preso pela Lava Jato em 24 de novembro de 2015.

Dois trechos de diálogos entre Sergio Moro e procuradores divulgados hoje revelam que o ex-juiz federal conduziu ao menos duas situações relacionadas à prisão do pecuarista, José Carlos Bumlai.

A intenção, segundo publicado em reportagem da Veja, era evitar que crimes pelos quais o produtor rural de Mato Grosso do Sul foi condenado depois prescrevessem.

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