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Terceiro alvo da Tempus Veritatis ligado a MS é general reformado desde 2019

General Virgílio participou do planejamento operacional para prender o ministro do STF, Alexandre de Moraes

Por Lucia Morel | 08/02/2024 19:05
Documento pessoal de Laércio anexado em processo judicial. (Foto: Reprodução)
Documento pessoal de Laércio anexado em processo judicial. (Foto: Reprodução)

O terceiro alvo da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, que tem ligações com Mato Grosso do Sul, é o coronel reformado Laércio Virgílio, de 69 anos, aposentado com posto de general-de-brigada. Ele foi alvo de busca e apreensão nesta quinta-feira (8).

Segundo a investigação da PF, o "General Vírgílio", como era chamado, tinha o “planejamento operacional" com data para a prisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes.

O documento assinado por ele confirma que a ação dos militares ocorreria no dia 18/12/2022, na residência de Moraes, em São Paulo.

Laércio Virgílio integrava o núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos. Junto com Laércio estavam o ex-ministro Chefe da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto, Almir Garnier Santos, Mario Fernandes, Estevam Theofilo Gaspar de Oliveira e Paulo Nogueira de Oliveira.

O grupo teria se utilizado do cargo que tinham nas Forças Armadas para influenciar e incitar o apoio aos demais núcleos de atuação, por meio do endosso de ações e medidas a serem adotadas, para a consumação do golpe de Estado.

Perfil - Laércio Virgílio foi reformado em 2019, conforme portaria do CMO (Comando Militar do Oeste) daquele ano, e recebe hoje cerca de R$ 30,3 mil no mês, segundo dados da Transparência da União.

Atualmente, ele mora em casa no bairro Buriti, em Campo Grande, mas já passou por Adamantina (SP) e Jardim, localizada a 236 km da Capital, onde esteve até 2021.

Em Mato Grosso do Sul, ele respondeu três ações de cobrança, duas de bancos, por empréstimos feitos e não pagos, e um de médico, cobrando por cirurgias não pagas. Todos os procedimentos foram quitados por R$ 85,1 mil entre 2016 e 2023.

Antes disso, também no Estado, ele ficou devendo arquiteta e loja de materiais de construção em Jardim, para obra de um restaurante. Nesse caso, o débito também foi quitado por cerca de R$ 12 mil em 2016.

Já em São Paulo, na cidade de Adamantina, aparece cobrança contra ele por não pagamento de IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores). Publicação de fevereiro de 2012 no Diário Oficial da Justiça estadual de São Paulo, o general reformado foi citado por edital para responder à Fazenda Pública daquele estado.

Ele devia R$ 3.585,66 relativos aos exercícios de 2005 e 2006 pelo imposto de uma Veraneio Cust Deluxe. A execução foi considerada extinta em 2017.

Todas essas informações são públicas, tanto da Transparência quanto nos portais das Justiças estaduais.

Operação – A Polícia Federal deflagrou hoje de manhã a Operação Tempus Veritatis. O objetivo é investigar uma organização criminosa que, segundo a corporação, atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

Os alvos da operação de busca e apreensão foram: o ex-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) general Augusto Heleno Ribeiro Pereira; ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, general Walter Souza Braga Netto; ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira; major da reserva, Ângelo Martins Denicoli; coronel reformado do Exército, Aílton Gonçalves Moraes Barros; coronel Guilherme Marques Almeida; tenente-coronel Hélio Ferreira Lima; tenente-coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros; ex-comandante-geral da Marinha, almirante Almir Garnier Santos; general Mário Fernandes; ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército, general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira; general-de-brigada reformado, Laércio Vergílio; Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho; ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

Mandados de prisão foram expedidos contra: o ex-assessor especial de Bolsonaro, Felipe Martins; coronel Bernardo Romão Correa Neto; coronel da reserva, Marcelo Costa Câmara; e major Rafael Martins de Oliveira.

****Matéria alterada às 20h51 para acréscimo de informações. 

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