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Cidades

Vigilância Sanitária autoriza produção da "Ozempic nacional"

Dois medicamentos serão produzidos em alta escala, a partir de março, no interior de São Paulo

Por Gustavo Bonotto | 24/12/2024 19:52
Paciente utiliza remédio em forma de caneta para controlar a glicose no corpo. (Foto: Getty Images/Agência Brasil)
Paciente utiliza remédio em forma de caneta para controlar a glicose no corpo. (Foto: Getty Images/Agência Brasil)

A farmacêutica brasileira EMS obteve autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para fabricar dois medicamentos à base de liraglutida, substância análoga ao hormônio utilizado no tratamento de obesidade e diabetes tipo 2. A aprovação foi publicada nesta segunda-feira (23), no DOE (Diário Oficial da União).

Os medicamentos Olire, voltado para o combate à obesidade, e Lirux, indicado para o controle do diabetes tipo 2, serão os primeiros dessa categoria fabricados no Brasil. A produção ocorrerá em Hortolândia (SP), onde a fabricante inaugurou, em 2024, uma unidade com capacidade inicial para 20 milhões de canetas injetáveis por ano, número que deverá dobrar até março de 2025.

Para a imprensa nacional, Carlos Sanchez, presidente do Conselho de Administração da EMS, destacou a inovação do processo. “Desenvolvemos um produto com tecnologia brasileira, desde a matéria-prima até o produto acabado. Isso reforça nossa posição de liderança no mercado farmacêutico nacional com produtos de alta qualidade e impacto”, afirmou.

Os medicamentos serão concorrentes diretos de Saxenda e Victoza, da dinamarquesa Novo Nordisk, cuja patente expirou neste ano. Ambos exigem aplicações diárias, ao contrário do Ozempic e Wegovy, que utilizam semaglutida com aplicação semanal.

Como funciona - A liraglutida imita a ação do hormônio GLP-1, produzido no intestino, que reduz o apetite e controla os níveis de açúcar no sangue. A substância atua no cérebro, aumentando a sensação de saciedade e auxiliando no equilíbrio metabólico.

A fabricação com tecnologia UltraPurePep permite alta pureza do medicamento, que será comercializado em canetas de 3 ml com concentrações específicas para cada tratamento: até 1,8 mg/dia para Lirux e até 3 mg/dia para Olire.

A EMS prevê a introdução dos produtos no mercado em 2025, marcando sua entrada no segmento global de medicamentos para obesidade e diabetes tipo 2, que movimentam bilhões de dólares anualmente.

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