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Cidades

Alvo da PF, investigado por tráfico movimentou R$ 2 milhões em um ano

Com epicentro em Mundo Novo, operação da PF investiga lavagem de dinheiro e tráfico

Aline dos Santos | 04/07/2018 10:00
Ferrari aparece em sessão de fotos em 2015, quando a filha de Molina se casou. (Foto: Reprodução/Facebook)
Ferrari aparece em sessão de fotos em 2015, quando a filha de Molina se casou. (Foto: Reprodução/Facebook)

Um dos alvos na operação Laços de Família, realizada pela PF (Polícia Federal) em 25 de junho, teve movimentação financeira de mais de R$ 2 milhões entre os anos de 2013 e 2014. Para a investigação, o valor é referente ao pagamento de tráfico de drogas. Uma movimentação anual desse montante exige renda mensal de R$ 166 mil, ou seja, mais de 170 salários mínimos.

A ação é contra uma família, que atuando no estilo de máfia e em parceria com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), comandava o tráfico de maconha na região de Mundo Novo, cidade de 18 mil habitantes a 476 km de Campo Grande. O policial militar Silvio Cesar Molina Azevedo é apontado como líder e a família chamava atenção por ostentar alto padrão financeiro, com Ferrari amarela e viagens.

Além do tráfico, a operação fechou, com autorização da Justiça Federal, 10 empresas suspeitas de serem utilizadas na engrenagem da lavagem de dinheiro. Outras 50 pessoas seriam laranjas no esquema.

Ontem (dia 3), foi retirado parte de sigilo dos processos e num deles a Justiça Federal havia prorrogado a prisão temporária de Juliano Pontes da Cruz. Contudo, ele não aparece mais na lista de presos no sistema estadual.

Conforme o despacho, há indicio de que ele cedeu contas bancárias para que a organização criminosa recebesse pagamentos pelo tráfico de drogas, realizando movimentações financeiras de mais de R$ 2 milhões entre 2013 e 2014. Também será verificado o grau de participação dele nas atividades do grupo, se apenas como “laranja qualificado” dos chefes ou como membro permanente da quadrilha.

A 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande também decidiu que vai julgar os flagrantes de armas de fogos contra Silvio, Douglas Alves Rocha Molina e João Clair Alves. Até então, era comum que os flagrantes desse crime fosse repassado para a Justiça Estadual.

Também foram presas Rosiléia Teixeira Piovezan Molina Azevedo e Jéssica Piovezan Azevedo Molina. Esposa e filha do policial. As duas foram levadas para o presídio feminino de Jateí. Douglas é genro de Silvio Cesar e dono de uma garagem de veículos em Mundo Novo. Ele está no presídio de Naviraí.

A reportagem entrou em contato com a defesa de Silvio Molina Azevedo, que preferiu não se manifestar até ter acesso à íntegra da investigação. O Campo Grande News não conseguiu contato com os advogados dos demais citados.

Durante a investigação, a Polícia Federal apreendeu R$ 317.498,16 em dinheiro, joias avaliadas em R$ 81.334,25, duas pistolas, 27 toneladas de maconha, duas caminhonetes e 11 veículos de transporte de carga.

Nesta etapa antes da operação, o prejuízo a quadrilha foi calculado em R$ 61 milhões. A Receita Federal fez a análise da evolução patrimonial e identificação de bens e empresas dos envolvidos.

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