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Capital

“Falta de investimento na saúde dá nisso", diz Sindmed sobre fechamento do PAM

Graziela Rezende | 31/07/2013 12:30

A falta de investimento na saúde, da falta de reajuste há pelo menos cinco anos no valor pago as consultas de especialidades no SUS (Sistema Único de Saúde), bem como a “medida paliativa” de apenas contratar médicos e não oferecer a estrutura necessária, seriam os principais motivos para o fechamento do PAM (Pronto Atendimento Médico) do Hospital Universitário, de acordo com o presidente do Sinmed/MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Marco Antônio Leite.

“Um programa bem feito, como o SUS, porém mal gerido, aliado a falta de investimentos na área da saúde, só pode dar nisso, como o fechamento do PAM e o caos na saúde que estamos vivenciando hoje. Ter ambulâncias retidas por falta de macas, não ter medicamentos e estrutura é algo vergonhoso”, afirma o presidente.

Atuante há mais de 20 anos como clínico geral na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida, entre outros locais da Capital, o médico diz que os profissionais da área jamais vão continuar por anos no SUS, caso o sistema não for reformulado e atualizado.

“O sistema é fabuloso, mas sem novas discussões desde quando foi implantando, em 1988. Desde então, a população, a longevidade e os acidentes de trânsito aumentam, então é lógico que os valores a serem pagos por consultas especialistas, atualmente R$ 10, precisam de reajuste. Na Santa Casa, por exemplo, o déficit é de R$ 3 milhões por mês porque há cinco anos os valores pagos são os mesmos, independente do aumento de pacientes”, garante o presidente do Sinmed/MS.

Outro local que ele define como vergonhoso, por estar parado, é o Hospital do Trauma. Em 2012, a promessa seria de que o local ficaria pronto em dezembro, com 130 leitos, salas para cirurgias e dez CTI´s (Centro de Terapia Intensiva).
“O gasto deve ser de R$ 10 milhões para finalizar a obra, ou pouco mais que isso. E porque não terminam, é muito dinheiro? Mas, se parar para pensar nos benefícios e investimento necessário na saúde, de no mínimo 10% do PIB (Produto Interno Bruto), Campo Grande e o Brasil inteiro não estaria passando por isso”, finaliza o presidente.

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