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Capital

"Inverídicas e descabidas", diz defesa de Name e policiais sobre acusações

Quatro presos que serão transferidos para Mossoró no Rio Grande do Norte vão responder perguntas só em juízo

Marta Ferreira | 14/10/2019 18:30
Documento protocolado pela defesa de Jamil Name à ação. (Foto: Reprodução do processo)
Documento protocolado pela defesa de Jamil Name à ação. (Foto: Reprodução do processo)

Transferidos para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande no sábado (12) e com previsão de ida para prisão do mesmo tipo em Mossoró, no Rio Grande do Norte, distante 3, 2 mil km, os empresários Jamil Name, 80 anos, Jamil Name Filho, 42, e os policiais civis Vladenilson Olmedo, o Vlade, 60 anos, e Márcio Cavalcanti da Silva, o “Márcio Corno”, 63, adotaram o silêncio diante do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) sobre os indícios apresentados de integrarem grupo de extermínio responsável por pelo menos 8 mortes em uma década.

Em manifestação por escrito, anexada a uma das ações derivadas da operação Omertà, a defesa é breve, ao acusar as acusações de “inverídicas e descabidas”.

A cargo do escritório do advogado Renê Siufi, um dos mais reconhecidos criminalistas de Mato Grosso do Sul, o documento diz, ainda, que os quatro vão usar o direito constitucional de permanecer em silêncio e falar apenas diante do juízo para defender-se, “caso venha a ser denunciado”. Por fim, o defensor diz confiar que o judiciário saberá agir com “equilíbrio e justiça”.

Essa resposta por escrito foi dada no dia 8 de outubro, atendendo a notificação do Gaeco, que só ouviu pessoalmente parte dos investigados.

Jamil, Jamilzinho, como é conhecido, Vlade e “Márcio Corno” estão presos desde 27 de setembro, quando foi deflagrada a Omertà, para cumprir mandados de prisão de 23 pessoas, das quais uma já estava na cadeia, o guarda civil municipal Marcelo Rios, preso no dia 19 de maio com arsenal que, conforme investigado, iria para a quadrilha. Desde o dia da prisão, já foram feitas 3 denúncias contra os envolvidos.

Nesta em que foi anexada a manifestação da defesa dos quatro transferidos a presídio federal, a acusação é de formação de organização criminosa e obstrução da justiça, caracterizada por ações para impedir que Marcelo Rios se tornasse colaborador das investigações, incluindo ameaças à esposa dele. Hoje, ela está sob proteção do Estado junto com os filhos.

São alvos do processo mais 8 pessoas. Entre elas está o advogado Alexandre Franzoloso, que chegou a ter prisão provisória decretada e conseguiu liminar graças a medida judicial protocolada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Franzoloso, representante legal de Marcelo Rios quando ele foi preso, é apontado como responsável por tentativas de impedir o guarda de colaborar com as investigações.

O processo corre na 3ª Vara Criminal. Ainda não houve resposta da juíza Eucélia Maria Cassal se vai acatar ou não a denúncia. Só depois disso, se ela acatar a denúncia, a ação começa a tramitar com os depoimentos de acusação e defesa.

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