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Capital

A cada 24 horas, Justiça manda 13 agressores ficarem longe de mulheres

Dados foram divulgados pela juíza Jaqueline Machado , da Vara de Medidas Protetivas da Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande

Maressa Mendonça, Clayton Neves e Silvia Frias | 03/03/2020 13:24
Professora Maxelline da Silva dos Santos, assassinada por guarda municipal que não aceitava fim de relacionamento  (Foto: Reprodução / Facebook)
Professora Maxelline da Silva dos Santos, assassinada por guarda municipal que não aceitava fim de relacionamento (Foto: Reprodução / Facebook)

Do início do ano até esta terça-feira (3), a Vara de Medidas Protetivas da Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande expediu 839 documentos do tipo. Isto quer dizer que, a cada 24 horas a Justiça determina que 13 homens se mantenham afastados das mulheres agredidas. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (3), durante cerimônia de comemoração dos cinco anos da inauguração desta unidade na Capital.

Conforme os dados divulgados pela juíza Jaqueline Machado, atualmente existem 143 réus por violência doméstica sendo monitorados em Campo Grande. Deste total, 12 com botão do pânico. Além disso, existem 24 mandados de prisão em aberto.

A juíza comentou ainda, com base em estudos, que 42% dos crimes cometidos contra as mulheres são com uso de arma branca, 13% por arma de fogo e 10% por asfixia.

“Existe muito pensamento de que quando isso acontece [crime] tentam encontrar culpado na área policial, na Justiça, mas o único culpado é o homem [agressor]. A gente vive numa sociedade patriarcal e as mulheres sentem o reflexo disso. A sociedade faz mea culpa, perpetuando pensamentos machistas”, disse.

Declaração semelhante foi dada pela delegada Fernanda Félix, titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), ao afirmar ser preciso não só amar, mas “respeitar as mulheres".

A delegada comentou nunca ter registrado tanto boletim de ocorrência por violência doméstica quanto em 2019, quando foram recebidas 8.086 denúncias de crimes do tipo só na Capital. Outros 18.689 registros policiais foram feitos nas cidades do interior do Estado.

Os crimes - A ameaça é o crime com maior número de registros na Deam. No ano passado, foram 5780 ocorrências do tipo em Campo Grande. Em relação aos feminicídios, houve redução de um ano para outro. Em 2018, foram sete casos e no ano passado outros cinco.

No início deste ano a florista Regiane Fernandes de Farias, de 39 anos, foi morta a tiros pelo ex-namorado enquanto chegava para trabalhar em floricultura do bairro Carandá Bosque.No último sábado (29), a professora Maxelline da Silva dos Santos, de 28 anos, foi assassinada pelo guarda municipal Valtenir Pereira da Silva, 35 anos, que não aceitava o fim do relacionamento.

Ela estava em um churrasco na casa de amigos quando o crime ocorreu. Além dela, o guarda matou o proprietário da residência e feriu a esposa dele. Ele está foragido desde o crime.

Durante a cerimônia de comemoração dos cinco anos da Casa da Mulher Brasileira, os participantes do evento fizeram 30 segundos de silêncio em homenagem às vítimas.

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