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Capital

Alvo da Lama Asfáltica, ex-secretário André Cance se entrega à Polícia Federal

Ângela Kempfer | 27/11/2018 11:32
André Cance já havia sido preso na 4ª fase da Lama Asfáltica. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
André Cance já havia sido preso na 4ª fase da Lama Asfáltica. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

O ex-secretário adjunto de Estado de Fazenda, André Luiz Cance, acaba de se apresentar na sede da Policia Federal, em Campo Grande. Ele é um dos alvos da Lama Asfáltica e já havia sido preso na 4ª e na 5ª fases da Operação. 

André Cance chegou sem ser visto pela imprensa, mas a prisão dele foi confirmada pela PF. Hoje cedo, policiais estiveram na casa do ex-secretário, no Jardim Bela Vista, mas não o encontraram.

Há interceptações telefônicas que mostram a relação de André com pagamento de propina, envolvendo o ex-governador André Puccinelli e o empresário João Amorim, dono da Proteco Construções e apontado como coordenador do esquema fraudulento entre empresários e a administração Puccinelli. Ambos estão presos.

André aparece nas investigações como a pessoa que intermediava o pagamento de valores ilegais das empresas JBS e Gráfica Alvorada ao governo Puccinelli.

Em uma das ligações interceptadas, André pede o "Cheio de Charme", avião de Amorim, para "nosso amigo da gráfica", se referindo ao proprietário da Gráfica Alvorada, Micherd Jafar Junior, também preso na 4ª fase da Operação Lama Asfáltica, chamada de Máquinas de Lama, porque indicou pagamento de propina justificada com o aluguel de máquinas. 

Na conversa, Amorim demonstra preocupação com "calote" do governo. "O negócio tá violento, tá louco", diz o empresário. André responde: "Deus o livre, eu imagino". E Amorim conclui em tom de ironia: "Tão os gênios. Muito inteligente. Só que bota a gente numa fria (sic)". 

Este ano, André Cance chegou a solicitar trancamento do inquérito policial decorrente da Operação Lama Asfáltica, deflagrada para investigar supostos desvios de recursos públicos no governo de Mato Grosso do Sul até o ano de 2016. O pedido, conforme informações da Corte, envolvia também a decretação de incompetência da Justiça Federal em analisar o caso.

A defesa de Cance alegou que houve irregularidades nas interceptações telefônicas realizadas pela força-tarefa da Lama Asfáltica, fato descartado pelo desembargador.

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