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Capital

Ambulantes aproveitam protesto para ganhar uma renda extra

Ricardo Campos Jr. e Fernanda Yafusso | 17/03/2016 19:13
Marley aproveita manifestação para vender bebidas (Foto: Fernando Antunes)
Marley aproveita manifestação para vender bebidas (Foto: Fernando Antunes)
Grupo reunido na Avenida Afonso Pena (Foto: Marcos Ermínio)
Grupo reunido na Avenida Afonso Pena (Foto: Marcos Ermínio)

Vendedores ambulantes aproveitam a manifestação contra a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT para ganhar uma renda extra. Conforme o coordenador do movimento Reaja Brasil, Josiberto Martins de Lima, um dos organizadores do evento, mil pessoas já estão reunidas na Avenida Afonso Pena e a expectativa é chegar a 20 mil até as 21h. A PM (Polícia Militar) não se manifestou sobre a quantidade de público.

Adão de Souza Macedo, 74 anos, é aposentado e há três anos vende flores no semáforo da esquina com a Rua Ambrosina. Com a chegada dos manifestantes, ele começou a oferecer bandeiras do Brasil para carros.

“Esse é o momento de manifestar contra a corrupção, contra a política do país e também de ter uma renda extra”, afirma. Macedo levou 30 unidades do produto e vende cada uma a R$ 10. Ele afirma que por mês consegue R$ 1 mil com as flores para complementar os R$ 800 da aposentadoria.

Marley Rojas Vieira, 58 anos, levou cinco fardos de água e refrigerante esperando lucrar R$ 200 durante o protesto.

Ela também é aposentada e começou a vender bebidas durante o carnaval como forma de ganhar um dinheiro extra para pagar as contas. “As pessoas precisam ir para a rua manifestar sua indignação. De certa forma eu também estou manifestando, e ganhando um dinheirinho extra”.

Mulheres tiram foto com totem do juiz federal Sérgio Moro (Foto: Marcos Ermínio)
Mulheres tiram foto com totem do juiz federal Sérgio Moro (Foto: Marcos Ermínio)

Aglomeração pacífica – A PM (Policia Militar) acompanha o evento. A corporação inicialmente encaminhou 10 militares, que devem ter reforço das unidades do Centro, conforme o aumento de participantes da manifestação.

Também estão presentes servidores da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). Por conta do evento, a pista sentido Shopping Campo Grande da Avenida Afonso Pena foi interditada do cruzamento com a Rua Paraíba até o viaduto sobre a Rua Ceará.

Há bastantes famílias na avenida, munidas com faixas, cartazes e faixas pretas amarradas no braço em sinal de luto. Várias pessoas estão participando pela primeira vez.

As manifestações começaram ontem à noite, principalmente contrárias à nomeação de Lula como ministro-chefe da Casa Civil de Dilma e consequente divulgação, horas depois, de conteúdos de ligações telefônicas do líder petista com a presidente, pelo juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato. Conforme a organização, três mil participaram do ato.

O protesto, inclusive, se concentra na frente do MPF porque é a instituição que, em Curitiba (PR), comanda as investigações sobre o maior escândalo de corrupção já revelado no Brasil. Entre os manifestantes, até o fechamento deste texto, estavam principalmente membros do Movimento Reaja Brasil e Chega de Impostos, que também participaram da organização do ato contra a corrupção no domingo passado, dia 13 de março.

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