Após episódio de agressão, banda expulsa vocalista
Vítima de agressão expôs o caso após agressor ganhar liberdade provisória, mas bandas não se calaram
Após ser denunciado por agressão contra jornalista de 37 anos, o vocalista da Banda Seven foi expulso do conjunto. A comunicadora integra outro grupo musical, que também se posicionou sobre a situação.
A situação aconteceu no dia 3 de março, mas só veio à tona nesta quarta-feira (12), um dia depois do músico ganhar a liberdade provisória.
A Banda Seven, na qual o investigado por violência doméstica atuou como vocalista por anos, publicou posicionamento nas redes sociais, além de anunciar que ele foi desligado definitivamente do grupo.
"Nós, da Banda Seven, repudiamos veementemente todo e qualquer tipo de violência, crime de agressão ou misoginia contra as mulheres. Nosso ex-vocalista está desligado definitivamente da banda", diz a nota.
Além disso, a Socios Band, na qual a jornalista também atua como vocalista, fez um post sobre o caso. "Semana passada, nossa vocalista foi brutalmente agredida, e, nesta semana, o agressor foi solto com uma decisão absurda por parte da Justiça! Agora, quem fica presa, com medo até de sair de casa, é ela, mas não vamos nos calar", publicou a banda.
Os posicionamentos públicos chamaram atenção nas redes sociais, tendo em vista o caso recente do feminicídio de Vanessa Ricarte, brutalmente assassinada pelo companheiro, que também era músico. No caso de Caio Nascimento, feminicida de Vanessa, foram cobrados pronunciamentos dos grupos musicais nos quais ele tocava, mas a maioria nunca se manifestou publicamente.
Entenda o caso – Juntos há quatro anos, a jornalista e o cantor não morava na mesma casa. Conforme relatado por ela, os dois seguiam de carro para a residência dela, junto com a filha bebê do casal, após passarem a tarde na casa de amigos. Ao chegarem ao imóvel, o músico teria desferido socos no rosto da mulher e dito: “Agora você vai ter o que falar”.
Segundo apuração da reportagem, a jornalista narrou à polícia ter sido atingida por vários golpes, todos enquanto segurava a filha no colo. Ela diz acreditar que o agressor só parou ao perceber que a criança estava em seus braços.
A jornalista contou ainda que buscou abrigo na casa de uma vizinha e enviou o vídeo para seus irmãos. Rapidamente, um deles chegou ao local, e juntos foram até o condomínio onde o agressor mora, no Bairro Morada Verde.
O irmão da vítima, que é policial civil, deu voz de prisão ao agressor, que foi encaminhado à Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) com o apoio de uma equipe da Polícia Militar. Bastante machucada, a jornalista procurou atendimento médico na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino, onde foi constatada uma lesão no nariz. Além disso, precisou levar pontos no supercílio, que se abriu com os golpes.
No dia seguinte, a jornalista compareceu ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), onde fez exame de corpo de delito. As agressões foram constatadas e anexadas ao processo. A vítima relatou que, em nenhum momento, conseguiu se defender, pois tentava proteger sua bebê dos golpes.
O agressor foi preso em flagrante e recorreu à Justiça estadual e ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para obter liberdade provisória. Sua soltura foi publicada na edição desta terça-feira (11) do Diário Oficial do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Ele deverá usar tornozeleira eletrônica, não poderá se aproximar da vítima e precisará comparecer a todos os atos do inquérito, além de se apresentar mensalmente à Justiça para comprovar endereço e justificar suas atividades.
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