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Capital

Após greve histórica, novo presidente da ACP busca acordo por reajuste de 13%

Antonio Marques | 15/12/2015 16:28
Depois de 14 anos na direção da Escola Joaquim Murtinho, Lucilio Souza Nobre assume hoje a presidência da ACP, junto com a professora Zélia dos Santos Aguiar (Foto: Divulgação/Assessoria)
Depois de 14 anos na direção da Escola Joaquim Murtinho, Lucilio Souza Nobre assume hoje a presidência da ACP, junto com a professora Zélia dos Santos Aguiar (Foto: Divulgação/Assessoria)

Depois de 14 anos na direção da Escola Estadual Joaquim Murtinho, o professor Lucílio Souza Nobre, assume hoje a presidência da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação). O maior desafio da nova diretoria continua sendo a integralização do piso salarial, receber os 13,01% de 2015, mais o índice de reajuste anual a ser implantando a partir de 1° de janeiro.

Ao seu lado, na vice-presidência estará a professora Zélia dos Santos Aguiar, que virou símbolo da última greve da categoria, a mais longa da história da Capital, depois que foi agredida na Câmara Municipal por um guarda municipal à paisana durante uma das sessões em que professores protestaram para o cumprimento da lei municipal 5.411/2014, que determina o pagamento do piso salarial para cagar horária de 20 horas semanais.

Lucílio Nobre, que foi diretor-adjunto do Joaquim Murtinho por sete anos e ficou mais sete na direção da escola estadual mais prestigiada da Capital, foi eleito presidente da ACP no último dia 27, com 70% de aprovação nas urnas, com três mil votos. Ele substitui Geraldo Alves Gonçalves, que deixa o cargo após dez anos (três mandatos de 3 anos e mais um tampão).

Lucílio é o 24º presidente da ACP, que é o maior sindicato de base de Campo Grande, que com cerca de 5 mil filiados, entre profissionais da educação pública estadual e municipal, da ativa e aposentados.

Para o novo presidente, que deixa a direção do Joaquim Murtinho no dia 31 de dezembro, o grande desafio é buscar manter o diálogo com o prefeito Alcides Bernal (PP) para negociar uma forma de pagamento dos 13,01%, que motivou uma greve neste ano de mais de 70 dias. “Vamos continuar buscando a negociação por meio do diálogo com o prefeito. Temos que encontrar uma forma de a prefeitura cumprir com a lei 5.411”, destacou Lucílio.

Segundo ele, no último dia 10, já houve uma primeira reunião com o prefeito e os secretários municipais de Planejamento, Finanças, Controle, Disney Fernandes, e de Administração, Ricardo Ballock, para a composição de uma comissão composta com mais quatro pessoas da APC. “Está aberta a negociação. Vamos cobrar nova reunião para definir um calendário de pagamento dos atrasados ainda neste ano”, afirmou o novo presidente do sindicato dos professores.

Lucílio descarta a possibilidade de iniciar o ano letivo de 2016 com greve dos professores, “até porque não existe indicativo da categoria neste sentido”, esclarece. Para ele, o objetivo maior é fazer um acordo para a integralização do piso salarial, que é o cumprimento da lei 5.411.

Além da Comissão de Negociação, a ACP também compõe a comissão que está elaborando o edital do concurso para professores que acontecerá no próximo mês de janeiro. O decreto de autorização do certame já foi publicado pela prefeitura, que pretende iniciar o ano letivo em 15 de fevereiro já com novo quadro efetivo na Reme (Rede Municipal de Ensino).

Atualmente a Reme tem um quadro de professores contratados de aproximadamente 2.500 profissionais. Ao realizar o concurso, o prefeito Alcides Bernal está atendendo uma reivindicação antiga da ACP, que luta pela realização de concurso para possibilitar melhor valorização dos profissionais e a qualidade no ensino público.

Mesmo sem saber o quantitativo de professores que serão efetivados neste concurso, que será anunciado pela comissão que elabora o edital, Lucílio considera o fato uma conquista da categoria.

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