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Capital

Assassino confesso de arquiteta será levado a júri popular

Jorge Almoas e Márcio Breda | 07/01/2011 17:33

Luiz Afonso será julgado por homicídio triplamente qualificado

Luiz Afonso vai ficar preso até ser julgado pelo assassinato de Eliane Nogueira (Foto: Simão Nogueira)
Luiz Afonso vai ficar preso até ser julgado pelo assassinato de Eliane Nogueira (Foto: Simão Nogueira)

O juiz Carlos Alberto Garcete decidiu levar Luiz Afonso de Andrade a júri popular pelo homícidio triplamente qualificado da arquiteta Eliane Nogueira, encontrada morta e carbonizada em 2 de julho de 2010. A defesa do empresário se pronunciou e disse que vai entrar com recurso para derrubar as qualificadoras do crime.

A decisão pelo júri popular foi tomada após o depoimento do empresário, que confessou ter matado e ateado fogo na ex-esposa. O juiz disse que o assassinato foi motivado por ciúmes e pelo rompimento da relação, três dias antes do crime.

As qualificadoras do crime são motivo torpe (ciúmes e rompimento do relacionamento entre o empresário e Eliane Nogueira), uso de meio cruel (asfixia) e recurso que dificulta a defesa da vítima, por conta de sua estrutura física maior em relação à mulher.

Além disso, ele vai responder por destruição de cadáver. Depois de asfixiar Eliane, Luiz Afonso jogou aguarrás sob o corpo da arquiteta e ateou fogo.

Na sentença de pronúncia, Garcete informa que a análise das qualificadoras será feita pelo Conselho de Sentença.

O advogado de defesa Rui Lacerda afirmou ao Campo Grande News que irá entrar com recurso para retirar as qualificadoras do julgamento. Rui defende que seu cliente não matou Eliane por ciúmes, mas porque a agressão física mútua tomou uma proporção maior que o comum.

“Ele estava desequilibrado quando cometeu o crime. O Luiz Afonso só decidiu colocar fogo no carro e no corpo dela depois que pensou em se matar, em acabar com tudo. Mas depois de atear fogo, ele se arrependeu”, disse o advogado.

Rui Lacerda confirma a confissão de seu cliente e dá detalhes diferentes dos apresentados pela acusação. O advogado afirma que a morte de Eliane foi realizada fora do carro, o que, supostamente, derruba a qualificadora de recurso que dificulta a defesa da vítima.

“A morte não foi premeditada. Tudo começou nas agressões mútuas”, diz Lacerda, citando o fato de Luiz Afonso e Eliane terem se agredido depois de saírem da festa onde foram fotografados juntos pela última vez.

O advogado alega que o inquérito policial é inconclusivo, ao citar como causa da morte a inalação do gás carbônico produzido no incêndio e pela asfixia anterior à destruição de cadáver.

“O delegado [Wellington de Oliveira] é o único que acha que alguém morre por dois motivos. Agora, cabe ao júri decidir qual a causa”, reiterou Lacerda.

A defesa de Luiz Afonso comenta que ele não se pronunciou enquanto permaneceu preso por ter sido pressionado física e psicologicamente. “Ele teve privação de alimentação, de sono e preferiu se pronunciar somente em juízo”, arrematou o advogado.

Sobre o crime de incêndio, o juiz Carlos Alberto Garcete não aceitou a acusação, dizendo ser necessária a apresentação de um laudo que comprove que o crime atingiu outros moradores.

Luiz Afonso permanecerá preso até ser julgado. A justiça ainda deve ouvir a mãe do empresário, Maria Noêmia dos Santos, e uma ex-companheira com quem ele manteve relacionamento por 10 anos. As mulheres moram em Curitiba, capital do Paraná.

Após esses depoimentos, o juiz deve divulgar a data do julgamento de Luiz Afonso.

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