Assassino de Erlon chora e confessa outra morte por dívida de R$ 2 mil
Emocionado durante a reconstituição do assassinato, na tarde de ontem (20), Thiago Henrique Ribeiro, 21 anos, apontado como o autor do disparo que matou o empresário Erlon Peterson Pereira Bernal, 32 anos, também confessou a morte do funcionário de um lava jato em Campo Grande. Ele teria matado o homem para não pagar uma dívida de R$ 2 mil.
A vítima ganhou um prêmio R$ 20 mil e havia emprestado R$ 2 mil para o autor do crime, no qual ele prometeu pagar em 10 vezes de R$ 200. No entanto, não pagou nem a primeira parcela. O corpo foi encontrado carbonizado em fevereiro deste ano e desde então a Polícia investigava o crime.
“Nós fizemos uma reprodução técnica do fato e esclarecemos como ocorreu o crime. Thiago atraiu a vítima para dar uma volta com ele e quando chegou nas proximidades do macroanel, alegou problemas mecânicos em seu veículo Golf. Ele então andou mais um pouco, parou e pediu para a vítima olhar a roda. Foi quando disse que iria pegar o estepe e retornou com a arma em punho, efetuando o disparo”, conta o perito criminal Amilkar da Serra.
O primeiro tiro transfixou no rosto da vítima, sendo que ela caiu no chão e foi atingida pelo segundo disparo. Dias antes, Thiago vinha sendo cobrado pela vítima. O funcionário do lava-jato e ele conversavam quando Thiago levava seu veículo Golf no local onde a vítima trabalhava. Ao saber que a vítima ganhou R$ 20 mil na loteria, ele pediu R$ 2 mil emprestado, sendo que prometeu pagar em 10 vezes de R$ 200.
Com o tempo, Thiago não acertou o valor combinado e o homem exigia o pagamento. O autor então programou a sua morte, atraindo-o até aquele local. “O comportamento dele foi muito semelhante ao que ele fez com o empresário Erlon, deixando a vítima de costas para ser atingida. Neste caso, o corpo desta outra pessoa foi arrastado até uma vala próxima”, explica o perito criminal.
Após 24h, no dia 7 de fevereiro, por volta das 21h, Thiago retornou ao local do crime. “Ele encontrou pneus próximos no trajeto e pegou cinco deles para atear fogo no corpo da vítima, adquirindo R$ 5 em combustível em um posto próximo. Nós encontramos inclusive o relógio da vítima, com a marcação de horário próxima ao que foi relatado por ele”, complementa o perito.
Com a participação dos policiais da DEH (Delegacia Especializada em Repressão a Homicídios), os peritos ainda utilizaram bonecos para representar a vítima e reproduzir até o momento em que foram encontrados os restos mortais.
Dois meses após este fato, Thiago participou da morte do empresário Erlon. Ele contou com a ajuda de Rafael Diogo, 24 anos, e uma adolescente de 17 anos. Esta última vítima foi atraída por Thiago que se passou por cliente.
Caso Erlon– O empresário saiu de casa às 14h do dia 1ª de abril para mostrar o veículo. O local combinado foi na avenida Interlagos, em frente a rotatória da Coca-cola. Ao chegar lá, um dos bandidos disse a ele que precisava mostrar o Golf a uma tia, para “fechar negócio”.
No entanto, poucos minutos após chegar à casa, Erlon foi assassinado e o corpo enterrado em um fossa séptica.