Avó de garoto torturado diz que fazia rituais de magia, mas sem agressões
A avó do garoto de quatro anos, torturado pelos tios durante rituais de magia negra, negou que também participasse dos ritos, conforme depoimento dado nessa quarta-feira (24) à Polícia Civil.
Segundo a mulher explicou, quando ainda casada, ela participava de rituais de magia, mas nenhum deles machucando pessoas e envolvendo crianças.
Assim que ficou viúva, ela diz que entregou todos seus materiais para um pastor e se converteu, passando a frequentar igrejas evangélicas.
"Ela afirmou que, como nunca praticou magia negra, acreditava que a magia praticada pelo casal era a mesma, e por isso nunca suspeito de maus tratos ao neto", explicou o delegado Paulo Sérgio Laureto, titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente)
O caso - Conforme a polícia, o menino teve lesões graves no corpo causadas por queimaduras, socos e pancadas. Foram verificadas também, conforme o registro policial, ferimentos antigos, como inchaço na região dos testículos e unhas arrancadas.
O casal - ela com 31, ele com 45 - vai responder por tortura qualificada e abandono de incapaz. A pena é superior a 10 anos de prisão. As sessões brutais contra a criança aconteciam de três a quatro vezes por semana. A família mora em um conjunto de casas na rua Maracaju, Centro.
Além deles, um primo do garoto, de 18 anos, também é suspeito de participar das agressões e foi preso em Aquidauana - cidade localizada a 135 km de Campo Grande. De lá, ele foi transferido para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Piratininga, na Capital, onde permanecerá preso.